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Presidente diz que Barcelona deve R$ 8 bilhões e culpa antecessor

Joan Laporta expôs a grave crise financeira atravessada pelo clube catalão, que perdeu Lionel Messi; problemas envolvendo Neymar também foram citados

O atual presidente do Barcelona, Joan Laporta, convocou nesta segunda-feira, 16, uma entrevista coletiva para detalhar a situação econômica do clube catalão que, na última semana, anunciou a saída de Lionel Messi por não ter viabilidade financeira junto a La Liga, responsável pela gestão do Campeonato Espanhol, para a permanência de seu maior ídolo.

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Eleito em março, Laporta externou que a dívida do clube hoje atinge a marca de 1,3 bilhão de euros (8 bilhões de reais) e rebateu ao antecessor o cargo, Josep Maria Bartomeu, por tentar mentir em recente carta escrita aos associados. O atacante brasileiro Neymar também foi citado.

“Eles [dirigentes anteriores] apresentaram um orçamento com metas difíceis de cumprir, várias delas não foram cumpridas. E, portanto, o orçamento deu menos de 320 milhões de euros para a temporada 2020/21. Provoca uma situação económica e patrimonial preocupante e situação financeira dramática. Em 21 de março de 2021, a dívida era de 1,35 bilhão de euros”, disse o dirigente.

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“Estão dizendo que não são responsáveis pelo exercício financeiro de 2019/20. Eles são responsáveis até 17 de março de 2021. Renunciaram no dia 27 de outubro de 2020 e os números fechados são de responsabilidade de sua diretoria. Ninguém vai escapar de suas responsabilidades”, completou.

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Segundo Laporta, em 2021 o clube perdeu aproximadamente 217 milhões euros pela pandemia. Somadas ao que chama de “despesas associadas”, a dívida diminui para 91 milhões de euros, valor este que ele diz ser insuficiente para isentar Bartomeu e sua diretoria de terem construído enorme prejuízo os cofres do clube.

Do montante, 617 milhões de euros são relacionados a dívidas com bancos, 389 milhões de euros a jogadores, 56 milhões de euros a compromissos já assumidos com a estrutura do clube, 90 milhões de euros em disputas judiciais, 40 milhões de euros em valores que serão cobrados e 79 milhões de adiantamento de direitos televisivos. “A primeira coisa que tivemos que fazer ao assumir foi pedir um empréstimo de 80 milhões de euros porque sem ele não poderíamos cumprir com a folha de pagamento”, disse.

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Neymar em ação pelo Barcelona durante partida contra o Real Madrid, em 2017 -
Neymar em ação pelo Barcelona durante partida contra o Real Madrid, em 2017 – Mike Ehrmann/Getty Images/AFP

Ele ainda lembrou que o clube arrecadou em 2017 o valor de 222 milhões de euros (819 milhões de reais à época) pagos pelo Paris Saint-Germain pela contratação de Neymar, a mais cara envolvendo um jogador de futebol de todos os tempos.

“Desde que Neymar foi vendido por 222 milhões de euros, eles gastaram desproporcionalmente e na velocidade da luz. Isso desencadeia salários e amortizações. E aí estamos nós. A prova é que o esporte não nos fez bem. Era preciso que eles que mudassem o modelo [de gestão] e acreditassem em La Masia”, criticou, em referência as apostas bem sucedidas do clube nas categorias de base que resultaram na revelação, mais recentemente, de Pedri e Ansu Fati, ambos nomes já presentes na seleção espanhola.

Sobre Neymar, Laporta se defendeu do “perdão financeiro” de 16,7 milhões de euros (103 milhões de reais) ao jogador após briga judicial mencionado por Bartomeu. No fim de julho, o Barcelona e o jogador chegaram a um entendimento judicial por questões trabalhistas e civis.

“Ele disse que perdoamos Neymar em 16,7 milhões de euros. Outra mentira. Não é verdade. É preciso lembrar a ele dos estragos que o caso Neymar fez à imagem e à nossa economia. Foram muitas mentiras. A diretoria de Bartomeu fez uma pacto vergonhoso e interessado na acusação em que o Barça foi condenado pela primeira vez na história por dois crimes fiscais”, concluiu, lembrando também o envolvimento do ex-presidente Sandro Rossel.

Josep Maria Bartomeu, ex-presidente do Barcelona -
Josep Maria Bartomeu, ex-presidente do Barcelona – David Ramos/Getty Images

O caso envolvendo o brasileiro é complexo. Assim que assinou com o PSG, a instituição espanhola decidiu reivindicar do jogador uma ação de 8,5 milhões de euros, referentes à renovação de contrato em 2016. Segundo o Barça, o brasileiro não poderia receber o valor, pois não cumpriu o tempo de contrato pré-estabelecido.

Em contrapartida, Neymar alegou que teria o direito de receber todo o valor de bônus referente ao contrato assinado um ano antes de deixar a Espanha. Desse modo, cobrou do Barcelona uma ação de 26 milhões de euros, o que tornou ainda mais tensa a situação.

Na primeira partida após a saída de Lionel Messi, o Barcelona venceu pela estreia do Campeonato Espanhol. A partida ocorreu no domingo, 15, no Camp Nou. O clube catalão derrotou a Real Sociedad por 4 a 2 com gols de Martin Braithwaite, duas vezes, além de Piqué e Sergi Roberto. Os visitantes descontaram com Lobete e Oyarzabal.

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