Presidente da federação compara laço de Guardiola a suástica
Martin Glenn teve de se desculpar por ter citado o protesto pró-Catalunha do técnico, o nazismo e a Estrela de Davi, símbolo do Judaísmo, no mesmo contexto
O presidente da Federação Inglesa de Futebol (FA), Martin Glenn, se complicou ao criticar o protesto político feito pelo técnico Pep Guardiola, do Manchester City. O dirigente comparou o laço amarelo que vem sendo usado pelo treinador, em apoio à luta separatista catalã, com a Estrela de Davi, símbolo característico da comunidade judaica e com a suástica dos nazistas.
O comentário foi feito na tentativa de repudiar o protesto do técnico Guardiola, lembrando que manifestações políticas são proibidas pela federação. “Poderia ser a Estrela de Davi (Judaísmo), a foice e o martelo (Comunismo), a Suástica (Nazismo) ou qualquer outra coisa, os símbolos que dividem não são bons, não queremos que o futebol os divulgue”, declarou o presidente da FA.
A comparação, evidentemente, não foi bem recebida pela comunidade judaica e obrigou Glenn a pedir perdão. “Gostaria de me desculpar por qualquer ofensa causada pelos exemplos que dei, especificamente em referência à Estrela de Davi, símbolo muito importante para o povo judeu em todo o mundo”, disse nesta segunda-feira, em nota. O pedido de desculpas foi aceito pelo Conselho de Liderança Judeu.
Guardiola não cede
Apesar de já ter sido avisado da proibição, Guardiola se negou a ceder à pressão dos dirigentes. Nascido em Santpedor, na Catalunha, o treinador vem o laço amarelo em todos os jogos e coletivas de imprensa desde o ano passado. O adereço simboliza um protesto contra a prisão de Jordi Sánchez, Jordi Cuixart, Oriol Junqueras e Joaquim Forn, líderes separatistas catalães.
“Faço isso porque na Espanha pessoas importantes que defendem algo como votar estão presas. É injusto”, disse. “Se querem me suspender, Uefa, a Premier League, a Fifa, tudo bem. Serei suspenso”, afirmou, em dezembro de 2017. Os quatro líderes foram presos de maneira preventiva em final do ano passado acusados de traição e sedição, após o referendo de independência realizado em 1 de outubro na Catalunha, proibido pela justiça espanhola, e a falida proclamação de secessão.
(com agência AFP)