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Platini revela ‘trapaça’ para que final de 1998 fosse França x Brasil

Ex-jogador e dirigente francês contou que houve uma manobra para que equipes não se enfrentassem antes da decisão

O ex-jogador francês Michel Platini revelou nesta sexta-feira “uma pequena trapaça” feita pelo Comitê Organizador da Copa do Mundo de 1998 para que a anfitriã França e a seleção brasileira não se cruzassem antes da final daquele Mundial. O ‘sonho’ dos dirigentes se concretizou: as duas equipes só se encontraram na decisão, vencida pela equipe de Zinedine Zidane por 3 a 0.

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“Jogávamos em casa e era preciso aproveitar isso. Não estivemos focados durante seis anos organizando o Mundial para que não desse em nada. Fizemos pequenas trapaças. Você acha mesmo que que os outros não fizeram coisas parecidas em outras Copas?”, confessou Platini em entrevista à rádio France Bleu.

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Com naturalidade surpreendente, Platini usou o termo ‘magouille’, que pode ser traduzido como esquema, trapaça, manobra ou truque. Naquela época, a lenda do futebol francês era copresidente do comitê organizador francês do Mundial. Ex-presidente da Uefa, ele está suspenso do futebol pela Fifa por suspeitas de corrupção.

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“Uma final entre França e Brasil era o sonho de todo o mundo”, reconheceu Platini, em trecho de entrevista que será divulgada na íntegra no domingo.

Não houve ‘bolinha gelada’

Em entrevista ao diário argentino La Nación, em 2016, o ex-presidente da Fifa Joseph Blatter, também suspenso do futebol por negociações envolvendo justamente Michel Platini, admitiu o uso de “bolinhas frias e quentes” em sorteios de competições. Ele disse, porém, que a trapaça jamais ocorreu durante seu mandato. Blatter assumiu a presidência da Fifa justamente durante a Copa de 1998, sucedendo ao brasileiro João Havelange. No entanto, esse não foi o expediente usado na manobra à qual se refere Platini.

Dias antes do sorteio na França, ficou decidido que o Brasil (atual campeão) ficaria posicionado no Grupo A e a anfitriã França no Grupo C – o que faria com que se encontrassem apenas em uma hipotética final, caso avançassem em primeiro em suas chaves. Os organizadores justificaram que a atual campeã e a dona da casa deveriam ter o privilégio de escolher as cidades onde atuariam.

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A manobra foi utilizada novamente nos Mundiais de 2002 e 2006, mas, como as seleções anfitriãs e atual campeã foram eliminadas antecipadamente, não houve a final “desejada.”

João Havelange entre os dirigentes Michel Platini, Joseph Blatter e Lennart Johansson, na Copa da França, em 1998
Lennart Johansson, Joseph Blatter, João Havelange e Michel Platini na Copa de 1998 Ricardo Corrêa/VEJA

(com agência EFE)

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