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Perfil: fenômeno dentro de campo, Gabigol também faz e acontece fora dele

Além de brilhar nos campos, o artilheiro do Flamengo é disputado para contratos de publicidade e vê os sósias se multiplicarem

A cena virou um clássico do futebol em 2019: cara de mau, muques à mostra e a cabeça balançando como quem diz: “sim, eu estou aqui e mais uma vez balancei as redes”. A comemoração de Gabriel Barbosa, 23 anos, atacante do Flamengo, que incorporou o gol ao nome com todo o merecimento, é a imagem que os rubro-negros querem ver neste sábado a partir das 17h, quando a bola rolar em Lima, capital do Peru, na final da Copa Libertadores contra o argentino River Plate. Fenômeno dentro de campo (38 gols em 53 jogos no ano), Gabigol também faz e acontece fora dele.

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Maior artilheiro do Brasileirão, com 22 gols, Gabigol se tornou também o goleador do clube em uma única edição do campeonato, superando os 21 de Zico em 1980. Na condição de ídolo nacional, ganhou um papel no horário nobre: com o inconfundível cabelo descolorido e barba cerrada, vai aparecer no especial de Natal da Globo, Sonho de Criança, programado para 25 de dezembro. Júnior Pedroso, um dos sócios do escritório que gerencia a carreira de jogador há sete anos, diz que uma média de dez empresas se apresentam toda semana querendo se associar à imagem de Gabigol, que é patrocinado pela Nike e pela Konami, produtora japonesa do jogo eletrônico Pro Evolution Soccer, concorrente da série Fifa, da EA Sports. “Mas recusamos a maioria, porque não tem a ver com futebol nem se comunica com a personalidade do Gabriel. Afinal, ele não é influenciador digital”, justifica.

Ídolo das crianças, o camisa 9 do Flamengo ganhou até um sósia “oficial” Wagner Meier/Getty Images

Constantemente abordado pela mídia e pelo público, recepcionado como celebridade por onde passa – como a comoção que causou no Rock in Rio –, Gabigol leva vida discreta quando não está nos gramados. Quem não perde festas, inclusive infantis, são os inúmeros sósias, que seus trejeitos e visual. O mais conhecido é Jeferson Sales, 34 anos, o “Gabigol da Torcida”. “As pessoas me paravam na rua para pedir foto e falar sobre a semelhança. Resolvi entrar na brincadeira e pintar o cabelo para assistir à partida entre Flamengo e San José, no Maracanã. Fui entrevistado e viralizei na internet”, comemora Sales, que na carteira de trabalho é técnico em uma multinacional de bebidas.

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O bom momento de Gabigol, no entanto, vem acompanhado de críticas às explosões emocionais em campo, onde aparece em frequente atrito com adversários e arbitragem. O temperamento lhe rendeu a marca de dezenove cartões amarelos e dois vermelhos no Campeonato Brasileiro. Técnico do Flamengo, o português Jorge Jesus admitiu em entrevista que a falta de controle de Gabigol precisa ser contida. “Ainda não consegui fazer dele, emocionalmente, o grande jogador que é técnica e taticamente. Mas Gabigol é jovem, tem tempo para mudar”, disse.

O pai do craque, Valdemir Silva Almeida, 48 anos, que administra a carreira do filho desde o início, aos 9 anos, na categoria de base do Santos, afirmou a VEJA que no dia-a-dia “Gabriel é tranquilo”, mas se transforma dentro do campo. “Nos jogos ele está trabalhando e por isso adota uma postura mais competitiva, o que acho normal”, explicou pouco antes de embarcar para Lima, na sexta-feira 22. Almeida será o único representante da família na final da Libertadores. A mãe de Gabigol, Lindalva Barbosa, 47, ficará em Santos com a filha caçula, Dhiovanna, que vai comemorar os 18 anos assistindo ao irmão. “Esperamos que o Gabriel faça um gol de presente para a ela”, diz o pai.

Com possibilidade de se tornar campeão da Libertadores neste sábado 23 e campeão do Brasileirão no dia seguinte, caso o Palmeiras não vença o Grêmio no domingo 24, o Flamengo vive sua melhor fase desde 2009. No fim de semana decisivo, os flamenguistas torcem para que Gabigol saiba se controlar e reserve a cara de mau para comemorar muitos gols.

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