No GreNal da Arena de Itaquera, só deu Grêmio. O brasileiro Éverton, do tricolor gaúcho, foi o destaque da partida, enquanto a estrela peruana, Paolo Guerrero, que voltava ao estádio onde brilhou pelo Corinthians entre 2012 e 2015, viveu um tremendo pesadelo, na derrota por 5 a 0 para o Brasil. O jogador do Internacional pouco tocou na bola, demonstrou irritação e ainda foi hostilizado pelos torcedores brasileiros.
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Cada vez que tocava na bola, o peruano era alvo de vaias, xingamentos ou gritos homofóbicos. A exceção eram os peruanos, que em bom número no estádio, exaltavam seu maior ídolo nacional, responsável por levar o time a uma Copa do Mundo depois de 32 anos. Guerrero até tentou criar jogadas para seu time, mas sem sucesso.
Por diversas vezes fazia gestos de reprovação para seus companheiros, lamentando jogadas ou chances perdidas. Estava impaciente. Logo após o primeiro gol brasileiro, deu a saída de bola duas vezes sem autorização do árbitro, que ainda revisava o lance no árbitro de vídeo (VAR).
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Após o segundo gol, parecia conformado. Enquanto os brasileiros comemoravam, Guerrero fazia embaixadinhas no meio de campo, aguardando o reinício do jogo. Ainda assim, trocou empurrões com o lateral brasileiro Filipe Luís aos 24 minutos da primeira etapa.
A primeira finalização a gol foi aos cinco do segundo tempo. Quatro minutos depois, logo após o quarto gol brasileiro, Guerrero foi substituído por Christofer Gonzales. Cabisbaixo, tirou sua braçadeira de capitão e deixou o gramado, muito xingado e vaiado. O jogador parecia não entender a substituição feita pelo técnico Ricardo Gareca, que com o jogo perdido, parecia querer poupar sua estrela.
Essa foi apenas a quarta partida de Guerrero no estádio desde que deixou o Corinthians, em uma conturbada negociação com o Flamengo. Pelo clube carioca, foram duas derrotas (1 a 0 em 2015 e 4 a 0 em 2016) e um empate (1 a 1 em 2017). Jogador com 15 gols no estádio, todos pelo Corinthians, o peruano saiu mais uma vez zerado como visitante.
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Na saída de Itaquera, Guerrero tentou deixar o estádio da forma mais discreta possível. Entre cerca de dez jogadores peruanos, não falou com a imprensa. Apenas mastigava e se deliciava com um sanduíche de cor vermelha, quase rosa. A ser perguntado do que se tratava aquela “iguaria”, o peruano limitou-se a responder, em espanhol: ‘Pollo”, talvez para evitar piadas com seu goleiro Gallese, caso dissesse “frango”, em bom português.