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Pan-2015: a melhor vista da cidade de Toronto

Do tradicional iate clube se pode observar detalhes incomuns da cidade

Tradicionalmente, as competições olímpicas ou pan-americanas de vela acontecem em locais distantes da cidade-sede. Em Londres, por exemplo, as regatas aconteceram a 250 quilômetros da capital inglesa. Agora, existem casos em que a geografia local permite que as disputas aconteçam no coração da cidade, caso do Rio de Janeiro, que receberá os velejadores de todo o mundo na infelizmente poluída Baía de Guanabara. Em Toronto, nesta edição do Pan, as provas puderam ser acompanhadas sem deixar a cidade.

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Um detalhe: os barcos não partiam para as regatas de um porto no continente, zarpavam de uma ilha alguns quilômetros dentro do lago Ontario. A sede dos velejadores foi o tradicional Royal Canadian Yacht Club, um clube privado e exclusivo, que tem, de longe, a melhor vista do centro de Toronto. Mas o iate clube tem suas regras: o código de vestimenta proíbe calças jeans, bermudas sete centímetros acima dos joelhos ou camisetas sem gola. Mas para a festa do Pan os fiscais fecharam os olhos.

O Royal Canadian Yacht Club foi fundado em 1852, com o nome de Queen City Yacht Club, para servir oficialmente como um clube recreativo. Seu uso não-oficial era como entreposto estratégico da Marinha britânica na defesa do lago Ontario. No final do século XIX, a sede de campo do clube foi transferida para a Ilha Central, bem à frente da região industrial de Toronto. Em 1918, um incêndio destruiu a antiga sede insular. A nova, cuja pedra fundamental foi lançada um ano mais tarde por Eduardo VIII, então príncipe de Gales, foi inspirada no estilo neoclássico que dura até hoje.

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Ao desembarcar da balsa que faz o trajeto entre continente e a ilha, o dress code oprime quaisquer forasteiros: o uniforme mínimo era vestido florido e chapéu para as damas, camisa polo e mocassins para os cavalheiros. Nas duas quadras de tênis do complexo, vale o mesmo regulamento de Wimbledon, na Inglaterra: todos os jogadores devem usar branco. O requinte e formalismo da sede faz com que o local seja escolhido como cenário para vários casamentos. Um deles aliás estava sendo celebrado neste sábado.

Historicamente, o RCYC teve seus maus momentos, como no inicio dos anos 1900, quando a diretoria queria discriminar novos sócios que fossem “judeus, negros e pessoas de outras nacionalidades indesejadas”. Embora a questão tenha sido recusada no regulamento, a discriminação correu por muitos anos: somente a partir de 1960, por exemplo, mulheres e crianças puderam frequentar a sede insular do RCYC.

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