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Os concorrentes ao Mundial de Clubes 2019, que começa nesta quarta

Al-Sadd e Hienghène Sport abrem o torneio no Catar. Favoritos, Flamengo e Liverpool estreiam apenas na semifinal

O Mundial de Clubes da Fifa tem início nesta quarta-feira 11, no Catar, com o confronto do representante local, o Al-Sadd, diante do Hienghène Sport, da Nova Caledônia, o melhor time da Oceania, às 14h30 (de Brasília), pela primeira fase da competição. Os grandes destaques do torneio são, claro, o campeão europeu Liverpool e o Flamengo, vencedor da Libertadores, que estreiam apenas na próxima semana, já na fase semifinal. O futebol brasileiro busca um título que não conquista desde 2012, com o Corinthians. O último a tentar foi o Grêmio, em 2017, derrotado pelo Real Madrid na decisão.

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Além de Flamengo, Liverpool, Al-Sadd e Hienghène Sport, disputam o Mundial o Al Hilal, da Arábia Saudita, campeão da Ásia, o Esperance da Tunísia, campeão africano, e o campeão da Concacaf, o Monterrey do México. “Vai ser uma festa do futebol e acredito em uma edição marcada pelo equilíbrio. No ano passado se falava em final entre River Plate e Real Madrid e o River foi surpreendido. Isso mostra que estamos conseguindo tornar a competição realmente universal, que é o sentido desta disputa”, afirmou Gianni Infantino, presidente da Fifa.

Quem passar de Al Sadd e Hienghéne, enfrentará o Monterrey, no sábado 14, por uma das quartas de final. Na outra, um dia antes, o Al Hilal encara o Esperánce. O vencedor enfrentará o Flamengo na semifinal do dia 17, uma terça-feira. A decisão está marcada para o sábado do dia 21, às 14h30.

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Os participantes do Mundial de Clubes 2019

Flamengo (Brasil)

O clube carioca retorna ao torneio depois de 38 anos, motivado a repetir o feito de Zico e companhia – coincidentemente, na conquista de 1981 no Japão, o rival derrotado foi justamente o Liverpool. O técnico Jorge Jesus mudou a forma de o Flamengo jogar e ganhou a admiração dos torcedores em pouco tempo de trabalho. Além disso, a equipe possui nomes renomados do futebol brasileiro que voltaram recentemente da Europa, como o goleiro Diego Alves e os laterais Rafinha e Filipe Luís. Gerson conseguiu dar equilíbrio a um meio-de-campo com a criatividade do uruguaio De Arrascaeta e de Everton Ribeiro. Porém, a principal esperança está na dupla de ataque: Bruno Henrique e Gabigol. Todos no clube, porém, pregam respeito aos adversários e mantém o clube inglês como principal candidato ao título.

Time-base: Diego Alves, Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí e Filipe Luís; Willian Arão, Gerson, De Arrascaeta e Everton Ribeiro; Bruno Henrique e Gabigol. Técnico: Jorge Jesus.

Da esquerda para a direita: Diego Alves, Éverton Ribeiro e Diego Ribas levantam juntos a taça da Libertadores, a segunda da história do Flamengo Manuel Velasquez/Getty Images

Liverpool (Inglaterra)

Jürgen Klopp é o grande protagonista do sucesso do time, que ganhou a Liga dos Campeões da Europa em uma final inglesa com o Tottenham. No clube desde 2015, o treinador alemão consegue tirar o máximo de seu elenco. Em busca de um título inédito (perdeu as decisões de 1981, 1984 e 2005), o Liverpool é o principal favorito, afinal de contas, tem o elenco mais caro e  vem em ótima fase, no topo do Campeonato Inglês. O goleiro Alisson é a segurança do time no setor defensivo. Porém, o que mais faz a torcida estar confiante é o poderoso trio ofensivo composto pelo brasileiro Roberto Firmino, pelo senegalês Sadio Mané e pelo egípcio Mohamed Salah. O time perdeu o volante brasileiro Fabinho, que rompeu os ligamentos do tornozelo direito.

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Time-base: Alisson, Trent Alexander-Arnold, Virgil Van Dijk, Dejan Lovren e Andy Robertson; Jordan Henderson, Georginio Wijnaldum e Alex Oxlade Chamberlain; Roberto Firmino, Sadio Mané e Mohamed Salah. Técnico: Jurgen Klopp.

Liverpool superou o Tottenham na final da Liga dos Campeões Carl Recine/Reuters

Monterrey (México)

O tradicional clube do México ganhou a Liga dos Campeões da Concacaf em uma final caseira contra o Tigres. Aparece como um dos adversários que pode surpreender Liverpool e Flamengo no torneio. “Vamos pensar em dar um passo de cada vez. Não podemos falar em Liverpool ou Flamengo se não chegamos nem nas semifinais”, procurou acalmar o técnico Antonio Mohamed. A dupla de ataque, composta por Dorlan Pabón e Rogelio Funes Mori, e o experiente goleiro Marcelo Barovero, são os destaques do time.

Time-base: Marcelo Barovero, Stefan Medina, Nicolás Sánchez, Miguel Layun e Jesus Gallardo; Maximiliano Meza, Celso Ortiz, Carlos Rodríguez e Rodolfo Pizarro; Dorlan Pabón e Rogelio Funes Mori. Técnico: Antonio Mohamed.

Al Hilal (Arábia Saudita)

Até o início deste ano, a equipe da Arábia Saudita era treinada justamente por Jorge Jesus, que se vangloria de ter conhecer bem a maior parte do elenco. Agora dirigido pelo romeno Razvan Lucescu, o Al Hilal fez uma grande Copa da Liga da Ásia e derrotou com autoridade na decisão o Urawa Reds do Japão. “Nós conseguimos encontrar equilíbrio entre os setores e isso que faz deste time um verdadeiro sucesso”, afirmou Lucescu. O Al Hilal tem como seu grande destaque o centroavante francês Bafétimbi Gomis, artilheiro da Liga da Àsia com 11 gols. O volante colombiano Gustavo Cuéllar, que recentemente deixou o Flamengo, garante a marcação no meio-de-campo, que conta com o meia brasileiro Carlos Eduardo.

Time-base: Abdullah Almuaiouf, Mohammed Alburayk, Ali Albulayhi, Jang Hyunsoo e Yasser Alshahrani; Gustavo Cuéllar, Sebastian Giovinco, Carlos Eduardo e Salem Al-Dawsari; André Carrillo e Bafétimbi Gomis. Técnico: Razvan Lucescu.

Jogadores do Al Hilal celebram o título da Copa da Ásia no Japão
Jogadores do Al Hilal celebram o título da Copa da Ásia no Japão Etsuo Hara/Getty Images

Espérance (Tunísia)

É o representante da África no Mundial de Clubes da Fifa. Conquistou a Liga dos Campeões do continente sob o comando do técnico Mouine Chaabani, identificado com o clube que defendeu nos tempos de jogador. Esta será a segunda vez seguida que o Espérance chega ao torneio, sonhando em surpreender. “Podemos mostrar um futebol que agrade, porém, sabemos que precisamos, para isso, apresentar um futebol alegre, que é o que se espera dos representantes africanos”, analisou o treinador. A estrela da companhia é o artilheiro Anice Badri, que representou a seleção da Tunísia na Copa do Mundo da Rússia. Ele forma um trio perigoso com Taha Yassine Khenissi e Youcef Belaili

Time-base: Moez Ben Cherifia, Sameh Derbali, Iheb Mbarki, Khalil Chemmam e Raed Fadaa; Ali Ben Romdhan, Fousseny Coulibaly e Fedi Ben Choug; Taha Yassine Khenissi, Anice Badri e Youcef Belaili. Técnico: Mouine Chaabani.

Atletas do Esperánce, da Tunísia, o campeão africano
Atletas do Esperánce, da Tunísia, o campeão africano Fifa/Divulgação

Hienghéne Sport (Nova Caledônia)

O representante da Oceania é dirigido Felix Tagawa, nascido no Taiti, um dos maiores jogadores da história do continente. O time semiprofissional do pequeno arquipélago próximo à Austrália, que usa uniforme semelhante ao da seleção da Argentina, é o mais modesto do Mundial – em seu elenco, atuam engenheiros e professores. Segundo o treinador da equipe, participar do evento já é uma conquista. “Ninguém imaginava um time da Nova Caledônia em um Mundial de Clubes e nós estamos aqui, mostrando que existe bom futebol na Oceania. Vamos enfrentar times com grandes investimentos, porém, estamos felizes e vamos colocar esta alegria em campo”, disse Felix. O destaque do Hienghéne é o artilheiro Bertrand Kai.

Time-base: Rocky Nyikeine, Williams Yentao, Bruno Hyanem, Roy Kayara e Yvannoe Bamy; Jordan Dinet, Camargo Dos Santos, Geordy Gony e Miguel Kayara; Amy Antoine Roine e Bertrand Kai. Técnico: Felix Tagawa.

Atletas do Hienghéne, o campeão da Oceania
Atletas do Hienghéne, o campeão da Oceania Fifa/Divulgação

Al-Sadd (Catar)

O Al-Sadd participa do Mundial de Clubes como o representante do país-sede. A equipe desperta grande curiosidade por seu treinador: o ex-craque espanhol Xavi Hernández, ídolo do Barcelona. “Procuramos passar aos jogadores a necessidade de um futebol de habilidade, de toques de bola, de inteligência ao se pensar o que vai fazer quando tem a posse. E o resultado tem sido bem agradável”, explicou Xavi, campeão mundial com a seleção espanhola em 2010.  O bom funcionamento do time passa por dois sul-coreanos que dão ritmo ao meio-de-campo. Nam Tae-Hee e Jung Woo-Young ajudam a municiar um ataque que conta com o oportunismo do argelino Baghdad Bounedjah. O time é bem competitivo, pois tem a base da seleção do Catar que conquistou a Copa da Ásia este ano.

Time-base: Saad Al-Shaib, Pedro Miguel, Tarek Salman, Abdul Karim Hassan e Boualem Khoukhi; Salem Al-Hajri, Nam Tae-Hee e Jung Woo-Young; Hassan Al-Haidus, Akram Afif e Baghdad Bounedjah. Técnico: Xavi Hernández.

Baghdad Bounedjah, principal atacante do Al Sadd
Baghdad Bounedjah, principal atacante do Al Sadd Simon Holmes/Getty Images

História do torneio

Entre 1960 e 1999, o título de melhor clube do mundo foi disputado apenas entre representantes da Europa e da América do Sul, na chamada Copa Intercontinental. Até 1979, a disputa ocorria em dois jogos, um em cada continente. A partir de 1980, ao ganhar o patrocínio de uma fábrica japonesa de automóveis, a disputa passou a ser realizada em um único jogo, sempre no Japão. Até então a Fifa não dava seu aval para o confronto e não considerava a taça como um torneio oficial.

Diante disso, em 2000, a entidade máxima do futebol mundial decidiu organizar o torneio, dessa vez com a presença de todos os continentes e a sede inicial foi o Brasil. O Corinthians ficou com a taça após bater o Vasco numa final brasileira no Maracanã. No mesmo ano e nos quatro seguintes a Intercontinental seguiu sendo disputada. A competição da Fifa só ganhou uma segunda e unificada edição em 2005, vencida pelo São Paulo sobre o Liverpool.

A Fifa injetou muito dinheiro para atrair os europeus e escolheu o Japão como sede inicial para não criar maiores problemas com o antigo patrocinador. Com isso, conseguiu se “apoderar” do Mundial de Clubes, que passou a levar seu nome. Em troca a entidade passou a considerar como oficial as conquistas desde 1960.

Todos os campeões mundiais

1960 – Real Madrid (Espanha)

1961 – Peñarol (Uruguai)

1962 – Santos (Brasil)

1963 – Santos (Brasil)

1964 – Inter de Milão (Itália)

1965 – Inter de Milão (Itália)

1966 – Peñarol (Uruguai)

1967 – Racing (Argentina)

1968 – Estudiantes (Argentina)

1969 – Milan (Itália)

1970 – Feyenoord (Holanda)

1971 – Nacional (Uruguai)

1972 – Ajax (Holanda)

1973 – Independiente (Argentina)

1974 – Atlético de Madrid (Espanha)

1975 – Não foi disputada

1976 – Bayern de Munique (Alemanha)

1977 – Boca Juniors (Argentina)

1978 – Não foi disputada

1979 – Olímpia (Paraguai)

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1980 – Nacional (Uruguai)

1981- Flamengo (Brasil)

1982 – Peñarol (Uruguai)

1983 – Grêmio (Brasil)

1984 – Independiente (Argentina)

1985 – Juventus (Itália)

1986 – River Plate (Argentina)

1987 – Porto (Portugal)

1988 – Nacional (Uruguai)

1989 – Milan (Itália)

1990 – Milan (Itália)

1991 – Estrela Vermelha (Iugoslávia)

1992 – São Paulo (Brasil)

1993 – São Paulo (Brasil)

1994 – Vélez Sarsfield (Argentina)

1995 – Ajax (Holanda)

1996 – Juventus (Itália)

1997 – Borussia Dortmund (Alemanha)

1998 – Real Madrid (Espanha)

1999 – Manchester United (Inglaterra)

2000 – Corinthians (Brasil), campeão do Mundial da Fifa, e Boca Juniors (Argentina), vencedor da Copa Intercontinental

2001 – Bayern de Munique (Alemanha)

2002 – Real Madrid (Espanha)

2003 – Boca Juniors (Argentina) Milan (Itália) 1×1-(3×1)

2004 – Porto (Portugal)

2005 – São Paulo (Brasil)

2006 – Internacional (Brasil)

2007 – Milan (Itália)

2008 – Manchester United (Inglaterra)

2009 – Barcelona (Espanha)

2010 – Internazionale (Itália)

2011 – Barcelona (Espanha)

2012 – Corinthians (Brasil)

2013 – Bayern de Munique (Alemanha)

2014 – Real Madrid (Espanha)

2015 – Barcelona (Espanha)

2016 – Real Madrid (Espanha)

2017 – Real Madrid (Espanha)

2018 – Real Madrid (Espanha)

(com Gazeta Press)

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