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Opinião: Kobe não foi Jordan, mas foi tão importante quanto

O astro dos Lakers sempre teve Michael como um espelho – e, com ‘Mamba Mentality’, ajudou a perpetuar sua fome por vitórias

Kobe Bryant é daqueles fenômenos que custam a aparecer. Os fãs de basquete, no entanto, foram privilegiados por recebê-lo justamente na época em que a maior estrela da NBA, Michael Jordan, ensaiava seus uĺtimos arremesos. A lenda do Chicago Bulls sempre serviu como um espelho para Kobe, desde cedo apontado como “o Jordan de sua geração”. Com talento e personalidade, o ídolo do Los Angeles Lakers, que morreu neste domingo 26, aos 41 anos, ajudou a perpetuar o legado de MJ.

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Em 2003, os holofotes se voltaram para Bryant quando ele foi acusado de estupro por uma camareira de um hotel do Colorado, nos Estados Unidos. A queixa posteriormente foi retirada, mas o péssimo momento com a família e os problemas dentro de quadra com Shaquille O’Neal permaneceram até a saída do pivô. Foram os problemas pessoais que incentivaram o nascimento do Black Mamba (a mamba negra, uma das cobras mais venenosas do mundo), o alter ego de Bryant, criado para deixar os problemas pessoais fora de quadra e entrar para “destruir todos que pisassem nela”, nas palavras dele.

A Mamba Mentality (Mentalidade da Mamba) descreve exatamente o que era Kobe, um competidor feroz que, apesar do talento fora do comum, exigia todos os dias o máximo de si mesmo e de seus próprios companheiros. O único objetivo era vencer. Kobe era tão obcecado que aprendeu outras línguas para provocar adversários estrangeiros, como o francês Tony Parker, do San Antonio Spurs. Nesta temporada, surpreendeu Luka Doncic, do Dallas Mavericks, ao cumprimentá-lo em esloveno.

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Esse era o jeito Kobe, tão exigente e tão similar ao de Michael Jordan, que foi um de seus mentores na juventude. Era inevitável, inclusive, não lembrar do ala-armador dos Bulls quando Kobe girava e arremessava por cima de seus adversários. “O único jogador que pode me vencer no um contra um é o Kobe, porque ele copia todas as minhas jogadas”, brincou Jordan, em entrevista ao site Associated Press, em 2013.

Os maiores privilegiados com a troca de bastões entre Kobe e Jordan foram os espectadores de basquete e a própria NBA. Bryant, assim como seu mentor, assumiu grande parte do processo de globalização da liga. Segundo o site Jumper Brasil, em pesquisa realizada em outubro do ano passado, os Lakers têm a maior torcida nas redes sociais brasileiras, com mais de 39 milhões de fãs no Twitter, Facebook e Instagram. É fácil afirmar que a maioria dos brasileiros que vestem dourado e roxo usam a camisa 24 ou a 8, que pertenceram a Bryant e foram aposentadas pela franquia.

Kobe talvez não tenha uma vaga no Top 10 de uma liga recheada de craques como ele. Talvez não tenha sido o maior jogador dos Lakers na história, mas recebeu a benção de Magic Johnson para tal. Kobe foi cinco vezes campeão da liga, apesar de ter vencido – de forma contestada – somente um prêmio de MVP. Kobe não foi Jordan, apesar de tê-lo ultrapassado no ranking de maiores pontuadores da NBA, mas foi um fenômeno tão importante quanto. Muitas crianças – hoje adultas – já sonharam em ser Kobe Bryant, assim como outras – ainda mais velhas – já sonharam em ser como Mike. O legado de Kobe vai muito além do que o último capítulo de sua vida e é o que ficará na história.

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