Um mês depois de ter sido inocentado da acusação de homicídio doloso (com intenção de matar), o que o livrou de prisão perpétua, Oscar Pistorius voltou ao banco dos réus nesta segunda-feira, em Pretória, na África do Sul. Julgado pelo assassinato da modelo Reeva Steenkamp, o astro paralímpico já foi declarado culpado pelo crime de homicídio culposo (sem intenção de matar) e espera sentença, que deve acontecer até o fim da semana.
Nesta segunda, o assistente social Joel Maringa, oficial do Departamento de Serviços Penitenciários, sugeriu à juíza Thokozile Masipa que Pistorius recebesse uma pena de três anos de prisão domiciliar, além de 16 horas de serviço comunitário por mês durante este período, e ainda defendeu a possibilidade de o atleta ser liberado para treinar e voltar às competições. Ao ouvir a sugestão de Maringa, o promotor do caso, Gerrie Nel, chamou a proposta de “chocantemente inapropriada”.
Pistorius admitiu que fez os quatro disparos que mataram Reeva no dia 14 de fevereiro de 2013 e alegou que confundiu a namorada com um intruso na residência. A promotoria acusava Pistorius de ter premeditado o assassinato na suíte do casal na casa do atleta em Pretória, depois de uma discussão, ouvida por vizinhos.
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De acordo com as leis sul-africanas, a pena de Pistorius pode variar entre o pagamento de multa até 15 anos de detenção. O promotor Nel pediu mais tempo para analisar documentos antes de chamar ao menos mais duas testemunhas nesta semana em que a sentença deverá ser anunciada.
Quebrado – A psicóloga Lore Hartzenberg, testemunha de defesa, disse no tribunal que Pistorius hoje é um “homem quebrado, que perdeu tudo”. Ela disse ter acompanhado o atleta por 18 meses e que ele é um paciente com quadro de depressão e stress pós-traumático. Nas sessões de terapia, ela afirmou ter visto um Pistorius arrependido, emotivo e sempre chorando demais. Com este testemunho, a defesa espera uma pena branda a Pistorius.
O atleta sul-africano, que competia com próteses nas duas pernas, foi o primeiro competidor paralímpico a disputar uma edição da Olimpíada, em Londres-2012. Além disso, tem oito medalhas paralímpicas, sendo seis delas de ouro.