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Oficial: clubes ingleses deixam a Superliga e enfraquecem projeto

Após Chelsea e Manchester City, Arsenal, Liverpool, Manchester United e Tottenham acompanharam decisão; Gunners admitiram erro aderir ao torneio

Já é possível cravar: a Superliga foi um fracasso retumbante, ao menos em seus moldes iniciais. Diante de enorme pressão de torcedores, atletas e até importantes lideranças políticas, Arsenal, Liverpool, Manchester United e Tottenham se juntaram a Chelsea e Manchester City e anunciaram no início da noite desta terça-feira, 20, a saída do polêmico modelo de competição lançado por 12 clubes europeus para fazer oposição a Liga dos Campeões, organizada pela Uefa. A oficialização foi feita de forma simultânea pelos clubes por meio das redes sociais.

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“Como resultado de ouvir a você e a comunidade do futebol em geral nos últimos dias, estamos saindo da proposta da Superliga. Cometemos um erro e pedimos desculpas por isso”, disse o Arsenal em um trecho de seu comunicado.

“Nunca foi nossa intenção causar tanto sofrimento, mas quando veio o convite para entrar na Superliga, sabendo que não havia garantias, não quisemos ser deixados para trás para garantir a proteção do Arsenal e de seu futuro”, completou.

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Dos 12 fundadores, agora, permanecem somente o trio espanhol – formado por Real Madrid, Barcelona e Atlético de Madrid –, além dos italianos – Milan, Juventus e Inter de Milão. O projeto está cada vez mais enfraquecido e já ganhou uma série de repercussões de um fim precoce durante todo o dia. Já no fim da noite na Europa, a Superliga divulgou um comunicado no qual afirma que “dadas as circunstâncias, os passos mais adequados seriam considerados para que o projeto seja remodelado”, mas insistiu que mudanças precisam ser feitas.

A pressão se tornou insuportável para os clubes ingleses. “Lamentamos a ansiedade e aborrecimento causados pela proposta da Superliga. Sentimos que era importante que o nosso clube participasse no desenvolvimento de uma possível nova estrutura que buscava melhor garantir o fair play e a sustentabilidade financeira, ao mesmo tempo que fornecia um apoio significativamente maior para a pirâmide futebolística mais ampla”, justificou o presidente do Tottenham, Daniel Levy.

“O Liverpool Football Club pode confirmar que o nosso envolvimento nos planos propostos para formar uma Superliga Europeia foi interrompido”, registrou o clube inglês.

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O polêmico anúncio da criação da Superliga, no último domingo, 18, causou enorme rejeição, sobretudo na Inglaterra. Diante de uma série de protestos, incluindo dos próprios torcedores dos clubes envolvidos e de líderes políticos como o primeiro-ministro Boris Johnson e o Príncipe William.

A decisão dos clubes azuis de Londres e Manchester de abandonar a Superliga foi noticiada na tarde desta terça-feira, 20, por veículos britânicos como o Telegraph e o The Athletic, pouco depois de o estádio do Chelsea, Stamford Bridge, ser alvo de um grande protesto. O ex-goleiro Petr Cech, ídolo do clube e atual dirigente, teve de acalmar os fãs, durante o tumulto em plena pandemia do novo coronavírus.

A saída da Superliga foi confirmada oficialmente pelo Manchester City em um breve comunicado horas depois. Mais cedo, o técnico do time, Pep Guardiola, deixou claro o desconforto com a situação e chegou a dizer que um campeonato fechado “não é esporte”. Diversos jornais europeus já noticiam que outros clubes, como Barcelona e Atlético de Madrid, também manifestaram o desejo de se retirar do posto de membros fixos. Uma reunião é esperada para esta noite e pode selar o fim, em menos de dois dias, da Superliga.

Os planos começaram a ruir, sobretudo, devido à reação dos ingleses. Os estádios de Manchester United e Liverpool, clubes historicamente ligados às classes trabalhadoras, foram os primeiros alvos de protestos. A notícia também incomodou e surpreendeu os atletas. Nesta terça-feira, o meia Jordan Henderson, capitão do Liverpool, convocou os capitães das outras equipes da Premier League para tratar do assunto em uma reunião de emergência.

Já no fim da tarde, Henderson, jogador da seleção inglesa e uma figura bastante respeitada no meio, postou em suas redes sociais o que parece ser uma resposta conjunta dos atletas diante da polêmica. “Não gostamos disso e não queremos que aconteça. Essa é nossa posição coletiva. Nosso comprometimento com este clube e com esta torcida é absoluto e incondicional”, escreveu o jogador.

A reunião dos atletas ganhou grande relevância, pois inclui representantes dos seis clubes que fazem parte da Superliga e também aqueles possivelmente prejudicados com a realização do torneio, que pode “implodir” a Liga dos Campeões.

Ainda segundo a reportagem, no último domingo, 18, atletas estrelas do Manchester United e seu treinador, Ole Gunnar Solskjaer, ficaram extremamente incomodados ao ter de responder sobre a confusão da qual nem sequer tinham conhecimento, após a partida contra o Bunrley (o anúncio da Superliga ocorreu durante a partida).

Liderados pelo capitão Maguire, o grupo chegou a convocar uma reunião de emergência com o vice-presidente executivo, Ed Woodward, para tratar do tema. Horas depois, o clube anunciou que o dirigente, desgastado diante da polêmica, deixará o cargo ao final da temporada.

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