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O sucesso de Lamar Jackson é a ruína de Tom Brady? Comentaristas respondem

Paulo Antunes e Antony Curti, da ESPN, analisam a temporada dos dois quarterbacks e afirmam: há espaço para ambos

“Ele é como um tornado chegando numa cidade: você não consegue pará-lo”. “Nunca vi ninguém com tamanha velocidade jogando nessa posição”. As análises de Antony Curti e Paulo Antunes, comentaristas de futebol americano do canal por assinatura ESPN, que transmite a NFL com exclusividade no Brasil, dão o tom sobre a temporada irretocável de Lamar Jackson. O quarterback de 23 anos do Baltimore Ravens foi o melhor jogador da temporada regular, a primeira fase da competição, na opinião dos especialistas e se tornou um expoente do lançador que também pode correr com a bola – algo inédito com tamanha qualidade na liga.

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Enquanto Lamar desabrochava como um grande jogador em seu segundo ano como profissional, Tom Brady, aos 42 anos, terminava sua 20ª temporada com frustração. Perdeu já na primeira partida do playoff com o New England Patriots e deu adeus ao sonho de conquistar o Super Bowl, o jogo decisivo que apontará o vencedor da NFL. A queda de Brady, um quarterback com um braço potente e muito bom nos lançamentos – e que não tem presença garantida na liga no ano que vem –, somada a ascensão de Jackson, uma ameaça dupla lançando e correndo, levanta a dúvida: ainda há espaço para jogadores com pouca mobilidade na posição? Para os comentaristas, sim.

“O Tom Brady está a 20 anos aí sem conseguir se mexer e é o maior de todos os tempos. O Drew Brees, baixinho, quando fica no pocket (ou seja, protegido pelos companheiros) tem todos os recordes da NFL. O Peyton Manning não conseguia correr cinco jardas. Parecia uma estátua. Tem que saber aproveitar o talento de cada jogador”, analisa Paulo Antunes. “Acho que dá para ganhar das duas formas. A beleza do futebol americano está nisso”, completa Antony Curti.

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Paulo Antunes toca num ponto fundamental: saber aproveitar o talento de cada jogador. Em seu primeiro ano de NFL, Lamar Jackson virou titular após a lesão de Joe Flacco e levou os Ravens aos playoffs, mas errou muitos passes na eliminação contra o Los Angeles Chargers. A comissão técnica então resolveu apostar no que ele tem de melhor e moldou o estilo de jogo do zero, favorecendo sua velocidade. Como os adversários passaram a ficar mais preocupados com o chamado jogo terrestre, os recebedores acabaram tendo mais espaço e isso aumentou as opções de passe, o que facilitou o trabalho aéreo de Jackson.

“A equipe de Baltimore apostou muito nesse projeto, colocou muitas fichas. E deu certo. É nítida a diferença nos passes em relação ao ano passado. Hoje ele está no hall dos melhores passadores. Ele não deve só ser eleito o jogador mais valioso pelo o que ele faz com as pernas, já que o número de jardas foi um recorde para a função dele, mas também como passador. Isso que é o mais importante de frisar”, explica Antony Curti.

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O Patriots fez algo parecido com Tom Brady. Em 2000, o marido da modelo brasileira Gisele Bündchen acabou apenas como a 199ª escolha do draft, como é chamado o sistema de recrutamento de novos nomes das principais ligas profissionais dos Estados Unidos. Brady só ganhou espaço no ano seguinte, quando Drew Bledsoe, o titular, acabou se machucando. O novato entrou para começar uma dinastia. Venceu o primeiro de seus seis Super Bowls naquela temporada. Tudo só foi possível graças a confiança do técnico Bill Belichick, que chegou ao time no mesmo ano e está com o atleta até hoje.

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É justamente pela sintonia com o treinador que Paulo Antunes acredita que o melhor para Patriots e Brady é manter a parceria na temporada que vem. Para isso, o contrato do jogador, que se encerra esse ano, teria que ser renovado. “Se eu fosse o New England, ficaria com ele por mais um ano, porque acho que ele dá aos Patriots a melhor chance. Não é nenhum quarterback no mercado que pode ser melhor do que o Brady nessa altura do campeonato. Ele conhece o ataque e tem uma sintonia com o Bill Belichick”.

Sem Brady na disputa, Lamar Jackson inicia neste sábado, 11, a caminhada rumo ao Super Bowl. O quarterback do Baltimore Ravens comanda a equipe contra o Tennessee Titans, a equipe que eliminou o New England Patriots, na semifinal da conferência americana (AFC) a partir das 22h15, em jogo com transmissão da ESPN. Precisa vencer os Titans e a decisão da AFC, no final de semana seguinte, para chegar à finalíssima do dia 02 de fevereiro.

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