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O duro caminho de Rafael Nadal de volta a número 1

O espanhol tratou de lesões nos joelhos e ficou sete meses afastado das quadras entre 2012 e 2013. Além de muito trabalho, fez tratamentos como aplicação de plasma rico em plaquetas

No domingo, o espanhol Rafael Nadal, número 1 do mundo, faturou o título do Rio Open, ao vencer o ucraniano Alexandr Dolgopolov por 2 a 0. Não foi uma vitória fácil. Nadal vinha de um período sem treinamentos, depois de sofrer com dores nas costas no Aberto da Austrália e voltou a sentir lesões durante a semana no Rio de Janeiro. O físico tem sido um probelma sério para o espanhol de 27 anos. Há pouco mais de um ano, voltou de longo e duro tratamento nos joelhos e passou o ano de 2013 mirando o topo do ranking, o que conseguiu em outubro.

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A história das lesões que afastaram Nadal das quadras começou no dia 28 de junho de 2012, uma quinta-feira. Ele era o número 2 do mundo e perdeu na segunda rodada de Wimbledon para o checo Lucas Rosol, número 100 do mundo, por 3 a 2, depois de 3h18 de jogo na grama britânica da quadra central do All England Lawn Tennis & Croquet Club em Wimbledon. Após a derrota, decidiu que era chegada a hora de tratar dos sofridos joelhos, em especial o esquerdo, que o fariam desistir ainda naquele ano de todos os torneios, entre eles o US Open e Copa Davis, fechando a temporada com quatro títulos, incluindo seu sétimo em Roland Garros, e apenas 50 jogos no ano – quatro derrotas – e a nada desprezível quantia de pouco mais de 4,8 milhões de dólares (cerca de 11,3 milhões de reais) em premiações, geralmente a menor parte, cerca de 30%, de seu faturamento anual. Nadal sofre de tendinite crônica nos dois joelhos e tratou uma síndrome de Hoffa no esquerdo – caracterizada por alterações inflamatórias crônicas e relacionadas ao aumento da gordura abaixo da rótula, entre o fêmur e a canela e entre o fêmur e a rótula.

Nadal é uma máquina de bater na bolinha de tênis, determinado, focado, sente no corpo, a máquina com que ganha tudo o que tem, o esforço que faz para vencer, vencer e vencer. Não queria abandonar o tênis, encarou como novo desafio o tratamento dos joelhos, longo, chato, dolorido e sem jogar, talvez o pior de tudo. Foram exatos 223 dias até voltar, no dia 6 de fevereiro de 2013, a entrar em quadra para uma partida profissional de simples, no torneio nas quadra de saibro de Vina del Mar, no Chile. Entre emocionado e temeroso de que algo pudesse fugir ao seu controle, venceu o argentino Federico Delbonis em 1h28 por 6/3 e 6/2. Quatro dias depois, fazia a final com outro argentino, Horacio Zeballos: perdeu por 7/6, 6/7 e 4/6 e o saldo não poderia ser melhor, depois de disputar também a chave de duplas – as dores que o fizeram ficar tanto tempo longe das quadras não o impediram de jogar.

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Na semana seguinte levantou o troféu de campeão no Ibirapuera, em São Paulo, ao vencer o argentino David Nalbandian, no primeiro dos dez títulos de 2013, temporada fechada com 75 vitórias, sete derrotas, dois Grand Slams (US Open e o seu oitavo Roland Garros), a volta ao posto de número 1 no início de outubro e a conta mais gorda em pouco mais de 14,5 milhões de dólares em prêmios (34 milhões de reais). Mas tudo isso custou muito trabalho, pesquisa, tratamentos inéditos, horas e horas de fisioterapia. Entre a série de tratamentos a que se submeteu, estão técnicas como a aplicação de plasma rico em plaquetas, exercícios em equipamentos que aliviam seu peso, controle sobre a pressão e força de grupos específicos de músculos – estes últimos revelados pelo jornal britânico Daily Mail – e muita paciência. Mas os desafios de Nadal não param por aí. Em dezembro de 2013, ele disse, sem dar detalhes, que fazia novo tratamento para os joelhos e por isso queimou parte de sua pré-temporada para disputar o Aberto da Austrália cuidando do corpo. Mas chegou à final, no fim de janeiro, com novo incômodo, desta vez nas costas, uma das causas de sua derrota para o suíço Stanislas Wawrinka, por 3 a 1, em 2h21 de jogo sob sol escaldante. A dor nas costas foi tamanha que alguns dias depois Nadal declarou que passou seu pior momento dentro de uma quadra naquele Grand Slam.

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