Tiraram de Interlagos a chance de fechar a temporada de Fórmula 1. Resultado: foi embora também a emoção o frenesi que rondava o GP do Brasil
Em 2014, o GP do Brasil foi preterido pela organização da Fórmula 1 como a prova de encerramento da temporada, o que sempre foi garantia de uma grande festa – dos boxes às arquibancadas. A decisão do título ficou para Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, e a prova em São Paulo perdeu em popularidade para os torcedores, se bem que sempre houve a promessa de alguma emoção na briga entre o inglês Lewis Hamilton e o alemão Nico Rosberg e a esperança de um bom resultado de Felipe Massa.
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O clima de letargia começa pelos pilotos. A longa disputa entre Hamilton e Rosberg não empolgou nenhum dos dois em Interlagos, nem os pilotos que só pensam na temporada seguinte. O tetracampeão Sebastian Vettel, de saída da Red Bull rumo a Ferrari, trocou o riso fácil dos últimos anos por uma carranca fechada. O espanhol Fernando Alonso e o inglês Jenson Button até mostram os dentes, mas sorriem por pura ironia – Alonso deve ir para a McLaren, que não revela se terá Button ainda em seus quadros no ano que vem.
E esse clima de ressaca entre os pilotos acabou extrapolando para os convidados. Até o meio-dia deste domingo, quando as bilheterias do autódromo fecharam as portas, ainda haviam ingressos para diversos setores, inclusive para o de letra G, o mais barato. Do guardador de carros ao ambulante de água a reclamação era a recorrente: “Estava bem mais movimentado no ano passado.” Até entre os convidados VIP, o clima era parecido. Aquele formigueiro de gente se espremendo para conseguir chegar mais perto dos carros foi substituído por alguns curiosos. “Está muito mais baixo”, é a frase mais comum para se referir à mudança de motores dos bólidos. No ano passado eram os aspirados de oito cilindros, hoje são os motores turbo de seis cilindros. Sumiu o grito estridente e ensurdecedor dos V8. Agora o ronco é bem mais baixo, abafado, uma heresia aos puristas do automobilismo.
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