O alviverde pernambucano do século XXI

O América de Pernambuco nasceu dos sonhos do desportista Aristheu Accioly Lins no dia 12 de abril de 1914, sendo chamado, originalmente, João de Barros Foot-Ball Club. Um ano depois, durante a visita do mitológico Belfort Duarte – ex-atleta e um dos grandes nomes do América do Rio – ao Recife, os dirigentes do clube decidiram homenagear o convidado ilustre com a mudança do nome do clube. 

O alviverde pernambucano iniciou, então, uma série de conquistas que incluíram seis títulos estaduais e o título de Campeão do Norte durante excursão ao Pará em 1920. O advento do profissionalismo e a Revolução de 30, entretanto, alteraram os rumos do futebol pernambucano. O América sofreu com os novos tempos, iniciando a derrocada que levou ao breve afastamento do certame estadual nos anos 1960, a perda do patrimônio do Estádio da Jaqueira, além da diminuição do número de torcedores. Porém, na segunda década do século XXI, com o trabalho da família Moreira e dos dirigentes Celso Muniz pai e filho, o alviverde renasceu para o futebol. 

Primeiro, garantindo a posse de sua sede na Estrada do Arraial, ameaçada de se transformar em empreendimento imobiliário no melhor estilo do filme Aquarius, do diretor Kleber Mendonça. Depois, com a valorização da ‘prata da casa’, classificando o América entre os quatro primeiros colocados do estadual das categorias de base desde 2013. A bela participação da equipe na Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2015 também foi reflexo dessa gestão. O trabalho e a competência dos dirigentes também refletiram no futebol profissional, com a classificação para o hexagonal decisivo doCampeonato Pernambucano de 2016, onde o Periquito surpreendeu a todos ao bater o Sport na Ilha do Retiro, após 40 anos de tabu. 

Por muito pouco não beliscou uma vaga nas semifinais do certame. De quebra, após longa ausência em competições nacionais, o América se classificou na primeira fase de grupos da Série D do Brasileirão. Na segunda fase, acabou caindo diante do Altos do Piauí. Apesar dessa derrota, o grande ano nos gramados mostra o quanto o América está vivo, ainda mais por conta das iniciativas de torcedores que compartilham sua paixão no site.