Nos pênaltis, Ferroviária bate Corinthians e fatura o Brasileirão feminino
Após empate em 1 a 1 no jogo de ida, a equipe do interior segurou o zero a zero para, nos pênaltis, bater as atuais campeãs nacionais
Após a quebra da sequência recorde de 34 vitórias do time feminino do Corinthians, a equipe alvinegra perdeu algo bem mais valioso: o título do Campeonato Brasileiro. Neste domingo, a Ferroviária de Araraquara voltou a aprontar para cima do Timão. Depois do empate sem gols no tempo normal, o time do interior paulista venceu nos pênaltis o campeão da última edição do torneio por 4 a 2 e venceram o título nacional pela segunda vez em sua história (já haviam sido campeãs em 2014).
Jogando em casa, no estádio do Parque São Jorge – 6 171 espectadores acompanharam a partida decisiva -, o Corinthians, que defendia o título brasileiro de futebol feminino, dominou a partida. Criou várias chances de gol e não passou grandes sustos na parte defensiva. Mais do que a ausência de gols, a torcida alvinegra ficou irritadíssima pelo “cai-cai” das jogadoras da Ferroviária, comportamento que obrigou a árbitra Regildenia de Holanda Moura paralisar o jogo diversas vezes para atendimento médico.
O Corinthians pressionou, pressionou, mas não conseguiu balançar as redes da goleira Luciana e a partida terminou em 0 a 0. Nos pênaltis, a camisa 1 da Ferroviária defendeu um pênalti da lateral-esquerda Tamires, destaque da seleção brasileira na última Copa do Mundo. A outra cobrança desperdiçada pela equipe alvinegra foi num chute para fora da atacante Ingryd.
Bastante emocionada, Luciana disse que a conquista é um prêmio pelo trabalho árduo ao longo de 2019. “A temporada foi muito desgastante, um jogo atrás do outro, mas a graças a Deus a gente foi consagrada com o título de hoje” disse a goleira. A técnica da Ferroviária, Tatiele Silveira, tratou de enaltecer suas comandadas. “Sabíamos do poder fenomenal da nossa equipe. Por isso, sempre acreditamos na força do nosso grupo, do nosso elenco. Essas meninas são fantásticas” comentou a técnica.
Pelo lado alvinegro, o técnico Arthur Elias lamentou o fato da campanha histórica – a sequência de 34 vitórias chegou a entrar no Livro Guinness dos recordes – não ter sido coroada com o título: “Fomos muito superiores ao adversário. Elas vieram aqui para levar o jogo aos pênaltis e acabaram tendo sorte. Sorte e, obviamente, competência, porque souberam se defender em alguns momentos”. Inconformado, sobrou até para as mulheres do apito no desabafo do comandante das corintianas. “O que eu realmente lamento é a escalação da arbitragem. As duas árbitras da final não apitaram nenhum jogo importante até então. Era um jogo muito importante, pelo menos para nós, mas para quem escala parece que não valia nada.”
Mas a equipe alvinegra pode levantar uma taça ainda este ano: o time volta a campo em 2 de novembro para a primeira partida da final do Campeonato Paulista: o Corinthians enfrenta o rival São Paulo, no Morumbi.