No sufoco, Palmeiras salva o ano e empolga a torcida
Equipe fez valer o investimento – foram mais de 20 contratações no ano – se vingou do Santos na final da Copa do Brasil e retornou à Libertadores
Foi dramático, como o palmeirense se acostumou nos últimos anos, mas desta vez com final feliz. O tricampeonato da Copa do Brasil conquistado diante do Santos nesta quarta-feira fez explodir a arena alviverde em São Paulo e salvou o ano do Palmeiras. Mesmo com um alto investimento, o time demorou a engrenar na temporada, mas fechou 2015 com um título muito comemorado – e que pode marcar o início de um novo período de glórias.
Depois de um centenário trágico, no qual escapou do rebaixamento na última rodada do Brasileirão – ironia do destino: graças justamente a uma vitória do Santos – o Palmeiras iniciou o ano bastante entusiasmado. Com o apoio de novos patrocinadores e do trabalho do diretor de futebol Alexandre Mattos, o time foi às compras e renovou totalmente o elenco. A cada mês, uma nova leva de atletas chegava ao Palestra Itália. Ao todo, foram 24 reforços em 2015 e mais o técnico Marcelo Oliveira, velho conhecido de Mattos nos tempos de Cruzeiro.
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Ainda sob o comando de Oswaldo de Oliveira, o time foi bem no Campeonato Paulista, eliminando o rival Corinthians na semifinal, mas perdeu a decisão para o Santos nos pênaltis, no primeiro capítulo da grande rivalidade entre os clubes neste ano. O time iniciou mal o Brasileirão e a diretoria optou pela troca de Oliveiras: Oswaldo deu lugar a Marcelo, mas o Palmeiras seguiu instável.
O time sofreu com alguns desfalques importantes – Gabriel, durante vários meses, Arouca, por algumas semanas, e Cleiton Xavier, lesionado durante quase todo o ano, que fizeram falta ao meio-campo do time. A inconstância das referências do time, como Dudu, Robinho e o jovem Gabriel Jesus, também pesou, mas o time conseguiu ir avançando na Copa do Brasil, aos trancos e barrancos, e com muita emoção.
Campanha – Ainda no primeiro semestre, o Palmeiras eliminou com facilidade o Vitória da Conquista e o Sampaio Correia e, com certa dificuldade, o velho conhecido Asa de Arapiraca. Nas oitavas de final, já com Marcelo no banco, o time iniciou a série de clássicos nacionais dramáticos: eliminou o Cruzeiro por 5 a 3 no placar agregado e depois o Inter, no sufoco: 1 a 1 em Porto Alegre e 3 a 2 no Allianz Parque, com gol de Andrei Girotto nos minutos finais.
Na semifinal, nova vitória agônica, desta vez contra o Fluminense, e com confusão de arbitragem para ambos os lados. Na ida, no Maracanã, a equipe carioca venceu por 2 a 1 e reclamou do pênalti marcado para o Palmeiras, enquanto os paulistas contestaram um gol mal anulado de Amaral. Na volta, em São Paulo, o Palmeiras repetiu o placar e venceu nos pênaltis, com Fernando Prass e Lucas Barrios como heróis e novamente o Fluminense reclamando da arbitragem.
Na decisão, o Palmeiras perdeu o jogo de ida por 1 a 0, reclamando de um pênalti não marcado em Lucas Barrios, e aliviado com uma chance desperdiçada por Nilson nos acréscimos. No jogo de volta, o time da capital retribuiu o apoio da torcida com uma grande atuação. Merecia até mais que os 2 a 1, com dois gols do antes contestado Dudu, – a contratação mais badalada do ano -, mas Fernando Prass novamente garantiu a festa alviverde, defendendo um pênalti de Gustavo Henrique e convertendo a última cobrança.
Apesar de não ter demonstrado um futebol vistoso antes da decisão desta quarta – por diversas vezes o Palmeiras abusou dos chutões e foi salvo por Prass, o grande herói do tricampeonato – a equipe paulista cumpriu seu objetivo com louvor: voltou a ser campeão e retornou à Libertadores depois de três anos de ausência. Para 2016, os investimentos devem ser grandes novamente, assim como a fome de glória dos torcedores.
(da redação)