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Na reta final do Brasileirão, adversário mais temido é STJD

Decisões controversas do tribunal provocam confusão e irritam clubes – como o Corinthians, que pegará o Palmeiras (com Valdívia) sem contar com Guerrero

A suspensão atrasada e inesperada de Guerrero deixa o Corinthians sem seu principal jogador em dois clássicos: além de não pegar o Palmeiras, ele também não enfrentará o Santos

Com o Brasileirão entrando na reta final, os vinte clubes que participam da competição já estão divididos entre os que correm para� o título, os que sonham com uma vaga no G4 e os que brigam para não cair. Mas existe um outro time que pode aparecer de surpresa e derrubar qualquer um: o dos auditores e procuradores do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que seguem levando o torcedor ao desespero com suas decisões controversas. Ao contrário do que acontece nos principais campeonatos do mundo, em que as punições definidas no tribunal são raríssimas e a interferência da Justiça desportiva só acontece em casos absolutamente necessários, o Brasileirão tem cada vez mais partidas influenciadas diretamente por decisões tomadas muito longe dos gramados. Mais desesperador ainda para o torcedor é o fato de o tribunal intensificar suas ações justamente na reta final, de preferência nos casos que envolvem atletas de grandes clubes – afinal, os julgamentos servem para que os auditores, que têm suas carreiras fora do STJD, aproveitem os holofotes para aparecer. Se não bastasse tudo isso, há também as mudanças absolutamente incompreensíveis nas decisões tomadas anteriormente. Assim como na Justiça comum do país, as sentenças podem ser reformadas de forma surpreendente, e há inúmeros atalhos e desvios para mudar o desfecho de um caso.

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No início da semana, por exemplo, a expectativa em torno do clássico entre Palmeiras e Corinthians, neste sábado, às 16h20 (de Brasília), no Pacaembu, era de que Valdívia poderia desfalcar o time verde e Guerrero seria titular na equipe alvinegra. Na quarta, porém, tudo mudou. O chileno, que foi �suspenso por dois jogos por ter dado um pisão em Amaral, do Flamengo, vinha jogando graças a um efeito suspensivo. Ele seria julgado pelo Pleno do STJD, no Rio, à tarde. Como o Palmeiras achava que a punição seria mantida, retirou o efeito suspensivo e e acatou a decisão em primeira instância. Com isso, ele cumpriu o segundo jogo da suspensão (o primeiro já tinha sido observado) à noite, contra o Cruzeiro. Agora, ele está livre para participar do clássico. �Já o Corinthians foi surpreendido negativamente na mesma sessão do Pleno do STJD em que Valdívia seria julgado. Guerrero tinha sido denunciado pelo empurrão no árbitro paulista Leandro Bizzio Marinho – um caso, aliás, que talvez nem devesse ser levado ao tribunal, já que o próprio juiz não advertiu o atleta com cartão, que é como os lances violentos são punidos em qualquer torneio. Em primeira instância, ele foi inocentado. A procuradoria do STJD recorreu e forçou um novo julgamento. Levado ao Pleno do tribunal, o peruano recebeu uma punição de três jogos, em decisão final, sobre a qual não cabe recurso.

A pena é a mesma recebida pelo também corintiano Petros por uma trombada parecida – ainda que, para muita gente, o lance de Guerrero tenha parecido acidental e o do volante claramente não. No primeiro julgamento de Petros, a condenação foi a seis meses de afastamento. O caso voltou a ser julgado depois e a punição, para espanto geral, foi reduzida a apenas três jogos. A suspensão atrasada e inesperada de Guerrero deixa o Corinthians sem seu principal jogador em dois clássicos: além de não pegar o Palmeiras, ele também não enfrentará o Santos (perderá ainda um duelo com o Coritiba). Ele poderá voltar em 16 de novembro, contra o Bahia – mas só se não for convocado para a seleção peruana, já que a partida acontece em meio às datas reservadas para partidas internacionais. Nesta quinta, a CBF divulgou a convocação da seleção para os amistosos do mês que vem, poupando os clubes nacionais. Como as outras seleções não farão o mesmo – afinal, todos os grandes campeonatos são interrompidos nas datas Fifa -, os atletas estrangeiros deverão desfalcar as equipes em até três rodadas. Curiosamente, outro caso julgado na quarta pelo STJD tratava justamente do sentimento dos times e torcedores em relação às autoridades do futebol. Emerson Sheik pegou um jogo de suspensão por dizer que “a CBF é uma vergonha”. Isso, claro, só no segundo julgamento – para não perder o costume, o tribunal mudou a punição (ele tinha sido absolvido em primeira instância).

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