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MP denuncia ex-presidente do Inter por estelionato e lavagem de dinheiro

Desvios das contas do clube gaúcho durante a gestão de Vitorio Piffero superam 13 milhões de reais; Inter foi rebaixado à segunda divisão no mesmo período

Depois do Cruzeiro de Belo Horizonte, outro grande clube da Série A do Campeonato Brasileiro está envolvido em irregularidades na gestão de seus recursos. Nesta terça-feira, a Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre apresentou denúncias contra ex-dirigentes do Internacional, entre eles Vitorio Piffero, que foi presidente do time gaúcho de 2007 a 2008 e entre 2015 e 2016. As investigações do Ministério Público do Rio Grande do Sul apontam desvios superiores a 13 milhões de reais. Tratam-se dos primeiros desdobramentos da Operação Rebote, deflagrada pelo MP em dezembro do ano passado.

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A primeira denúncia acusa Piffero e outras cinco pessoas, entre elas três ex-dirigentes do Inter, pelos crimes de organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro e falsidade documental, relacionados a obras não realizadas no Estádio Beira-Rio e relatadas nos balanços do clube. De acordo com o MP, entre fevereiro de 2015 e dezembro de 2016, os denunciados “obtiveram para si a quantia de R$ 12,8 milhões, em prejuízo do Sport Club Internacional, após induzirem em erro funcionários da administração do clube e atestarem obras que não ocorreram.” Em mais de 200 oportunidades, os acusados apresentaram notas fiscais e documentos fraudulentos para justificar os gastos.

Vitório Piffero no dia em que foi reeleito presidente do Inter, em 2014
Vitório Piffero no dia em que foi eleito presidente do Inter, em 2014 Internacional/Divulgação

O então vice-presidente de finanças do clube, Pedro Antonio Affatato, com autorização do presidente Vitorio Piffero, fez 145 saques diretamente da tesouraria do clube, de forma direta e pessoal, no valor total de 9,6 milhões de reais. A justificativa para as retirada seria o pagamento de obras e prestações de serviços ligados à Vice-Presidência de Patrimônio, administrada por Emídio Marques Ferreira. Para justificar os saques, Affatato e os demais denunciados inseriram informações e dados falsos nas notas fiscais emitidas por empresas de engenharia civil, algumas delas com sede em casas humildes da periferia de Porto Alegre, outras em endereços fantasmas.

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De acordo com o Ministério Público, o dirigente Affatato se apropriou de pelo menos 3,3 milhões de reais, depositando essa quantia diretamente nas contas da empresa Sinalizadora Rodoviária Ltda – Sinarodo, da qual era sócio-administrador, juntamente com seus irmãos, Paola Affatato Leitão dos Santos e Arturo Affatato. “Os depósitos ingressaram como ‘entradas’ provenientes da empresa Rodoseg Segurança e Engenharia Rodoviária Ltda. ou como empréstimos”, diz a denúncia. O ex-vice-presidente de Patrimônio Emídio Marques Ferreira desviou  53 400 reais para sua conta pessoal e para a de sua empresa, a Pavitec do Brasil Pavimentadora Técnica Ltda, a partir de direcionamentos de pagamentos realizados para as empresas Egel Empresa Gaúcha de Estradas Eireli e Engenan Empreendimentos Ltda., administradas pelos denunciados Ricardo Bohrer Simões e Adão Silmar de Fraga Feijó.

Irregularidades envolvem também o futebol do Inter – Na apuração dos primeiros fatos, os investigadores também encontraram evidencias de lavagem de dinheiro no pagamento de comissões na contratação de jogadores do clube gaúcho, entre eles o goleiro Alisson Becker, titular da seleção brasileira na última Copa do Mundo. Segundo a denúncia, o então vice-presidente de futebol, Carlos Capparelli Pellegrini, obteve mais de 230 000 reais nessas negociações.

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