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Morre Maguila, lenda do boxe brasileiro, aos 66 anos

Ex-pugilista sergipano lutava contra uma doença degenerativa no cérebro, chamada de encefalopatia traumática crônica (ETC)

Morreu nesta quinta-feira, 24, em São Paulo, José Adilson “Maguila” Rodrigues. O ex-pugilista de 66 anos, principal peso-pesado da história do boxe brasileiro e um dos maiores da América do Sul, sofria de encefalopatia traumática crônica, também conhecida conhecida como demência pugilística, diagnosticada em 2013. Ele amenizava os sintomas com um tratamento a base de canabidiol. A informação da morte foi confirmada pelo instituto que leva seu nome.

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Natural de Aracaju, Maguila acumulou durante a carreira um cartel de 85 lutas, com 77 vitórias (sendo 61 delas por nocaute), sete derrotas e um empate técnico. Ficou conhecido, também, pelo estilo folclórico e carismático. Chegou a enfrentar grandes nomes como Evander Holyfield e George Foreman

Nas redes sociais, o boxeador Acelino “Popó” Freitas publicou um vídeo relembrando uma propaganda feita ao lado do ídolo: “Descanse em paz meu eterno campeão”, disse.

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Maguila lutou profissionalmente entre 1983 e 2000, quando encerrou a carreira após a derrota por nocaute para Daniel Frank. Recebeu a alcunha pela semelhança com o porte físico do personagem de desenho animado Magilla Gorilla, de Hanna-Barbera.

Chegou ainda jovem para morar em São Paulo e trabalhou desde cedo na construção civil. Treinava boxe no tempo livre, de forma improvisada, e teve como seu principal divulgador o ex-narrador Luciano do Valle.

Foi treinado por grandes nomes da modalidade como Ralph Zumbano e o campeão mundial Miguel de Oliveira. Sua luta mais importante ocorreu em 15 de julho de 1989, quando acabou nocauteado por Holyfield no segundo round. As vitórias mais expressivas aconteceram contra James Smith, James Stillis, Alfredo Evangelista e o argentino Daniel Falconi.

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A sua trajetória de vida foi publicada em um livro lançado em 1997: “Maguila: a saga de um cabra-macho campeão”, pelo escritor Carlos Alencar.

Acumulou também diversas participações em programas televisivos e chegou a lançar carreira como cantor, com um álbum intitulado “Vida de campeão”, com sambas. Em 2023, a TV Cultura lançou uma série documental de dois episódios chamada “Maguila, um lutador”.

Tentou entrar para a política em 2010, quando concorreu como deputado federal pelo PTN tendo obtido 2.951 votos. Criou a ONG Amanhã melhor, que ensina boxe para crianças carantes. Desde 2017, morava em Itu onde recebia o tratamento para a sua doença.

Nas páginas de PLACAR

Não foram poucas as aparições do pugilista nos 54 anos de história da revista. Em agosto de 1986, o jornalista Ubiratan Brasil contou sobre a saga da histórica revanche contra o holandês André van den Oetelaar: “Um artista do ringue, o campeão sul-americano dá show de boxe e vinga-se do holandês Oetelaar, nocauteando-o no terceiro assalto”.

Maguila nas páginas da edição 845 de Placar - Reprodução/Placar
Maguila nas páginas da edição 845 de Placar – Reprodução/Placar

Em julho de 1989, a edição 996 trouxe detalhes da derrota para Evander Holyfield: “Era óbvio”, estampou a manchete. O relato contou que durou apenas 5 minutos e 29 segundos o sonho do brasileiro de vencer o americano na cidade de Lake Tahoe, nos Estados Unidos. A bolsa paga pela participação na luta era de 300.000 dólares.

'Magula derrubado': Placar contou a derrota para Holyfield - Reprodução/Placar
‘Magula derrubado’: Placar contou a derrota para Holyfield – Reprodução/Placar

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