Publicidade
Publicidade

Melhor que Messi, Mbappé conduz a França às quartas

Craque argentino mais uma vez lutou contra a limitação de sua equipe; prodígio francês faz dois gols e pede passagem entre os grandes

Quando a Alemanha foi eliminada, após perder por 2 a 0 para a Coreia do Sul, o goleiro Manuel Neuer foi sincero: acreditava que, tivesse se classificado, sua equipe não avançaria muito além das oitavas. Diagnóstico válido para a Argentina, que passou da primeira fase com um esboço de futebol e não resistiu à qualidade da França, que venceu por 4 a 3 e segue fortalecida para as quartas, em uma atuação convincente no ataque.

Publicidade

Somente o peso da camisa e a experiência de um elenco envelhecido diante dos jovens franceses explicam a luta da Argentina, a resistência a uma derrota anunciada. Mas foi somente um acréscimo de emoção à partida. A verdade é que a França tinha a estratégia infalível, baseada na velocidade de seu craque, que pede passagem entre os grandes: Kylian Mbappé.

Tabela completa de jogos da Copa do Mundo 2018

Nos minutos iniciais, o jovem camisa 10 já pendurava a defesa argentina em cartões amarelos, incapaz de parar suas arrancadas a não ser com infrações. Numa delas, o pênalti que abriu o placar — cobrado perfeitamente por Griezmann. A impressão era de que a Argentina conheceria seu 7 a 1, tamanha era sua incapacidade de conter os franceses, que relaxaram. Deixaram Di María livre na intermediária, o meia-atacante que fez uma Copa ruim, mas sabe como chutar. E o primeiro tempo, que sugeria um massacre, terminou igual.

Publicidade

E recomeçou com incredulidade. Logo no início do segundo tempo, Mercado (que já fora herói no cruzamento para o gol da classificação sobre a Nigéria) desviou involuntariamente chute de Messi. Kazan e o mundo vivenciavam uma zebra. E é curioso e triste chamar a poderosa Argentina, bicampeã mundial, de zebra. A França, com qualidade e paciência, seguiu apostando na velocidade. A bola viajou rapidamente aos pés de Pazard, lateral-direito como Thuram (herói da semifinal de 1998), que recobrou a realidade.

Enquanto Messi repetia sua ingrata função de tentar arrancadas, driblar e ser anulado por seus marcadores, o menino Mbappé contou com a qualidade de sua equipe para ter apenas a responsabilidade de finalizar. Primeiro, desmontou a defesa argentina, dentro da área. Depois, mais uma arrancada para ser encontrado diante do goleiro Armani e finalizar com a tranquilidade de um veterano — ele conta 19 anos e já protagoniza uma Copa do Mundo.

Continua após a publicidade

No início da temporada 2017/2018, após brilhar pelo Monaco, era desejo de Mbappé jogar por Real Madrid ou Barcelona. Poderia ser colega de Messi, mas foi convencido a permanecer na França, contratado pelo Paris Saint-Germain. Seria difícil que ofuscasse o argentino no clube catalão, mas é certo que, na Rússia, o gigante foi ele.

Publicidade
Arte/VEJA

Ponto alto
Na Rússia, a Fifa relaxou um pouco na mania monocromática em definir a combinação de uniformes. França e Argentina coloriram o gramado de Kazan com seus fardamentos tradicionais.

Ponto baixo
Mais uma geração argentina se despede sem taça, que não chega às prateleiras de Buenos Aires desde a Copa América de 1993. Mais uma vez, o país se pergunta se Messi terá ânimo para tentar acabar com esse jejum.

Nas quartas
Na sexta-feira, 6 de julho, a França joga contra o vencedor de Uruguai e Portugal. Em Nijni Novgorod, às 11h.

Ficha do jogo

França 4 x 3 Argentina
Local: Arena Kazan. Árbitro: Alireza Faghani (IRN). Público: 42.873. Gols: Griezmann, aos 13, Di María, aos 41 do primeiro tempo; Mercado, aos 3, Pavard, aos 12, Mbappé, aos 19 e 23, Agüero, aos 48 do segundo tempo.
França: Lloris; Pavard, Varane, Umtiti e Hernández; Kanté, Pogba e Matuidi (Tolisso); Mbappé (Thauvin), Griezmann (Fekir) e Giroud. Técnico: Didier Deschamps.
Argentina: Armani; Mercado, Otamendi, Rojo (Fazio) e Tagliafico; Mascherano, Benega e Pérez (Agüero); Pavón (Meza) e Di María; Messi. Jorge Sampaoli.

Continua após a publicidade

Publicidade