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Mbappé: uma jovem realidade

Aos 19 anos, atacante escolheu continuar atuando em seu país e se tornou o símbolo da elogiada seleção francesa

O mês de julho de 2016 é bastante emblemático para a França. No dia 10, jogando como anfitriã, foi derrotada por Portugal na decisão da Eurocopa. Naquele revés, o time já abria passagem para jovens talentos, como o zagueiro Umtiti e o já consolidado meia Pogba, mas ainda confiava em veteranos, como os laterais Sagna e Evra. No dia 24, a seleção sub-19 conquistou o título europeu com o despertar de um fenômeno: o atacante Kylian Mbappé, então com 17 anos. Dois anos depois, ele é um dos protagonistas da equipe adulta e favorito a levar o prêmio de melhor jogador jovem da Copa do Mundo, conferido pela Fifa.

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Na temporada 2016/2017, Mbappé se tornou titular do Monaco. Com 26 gols e quatorze passes decisivos em 44 jogos, chegou à semifinal do Liga dos Campeões da Europa e ao título nacional — quebrando uma sequência de quatro conquistas do Paris Saint-Germain (PSG). Resultado: o clube da capital o tirou do Principado. A investida não foi somente pela hegemonia local, mas principalmente pela ambição continental. Por isso, de uma só vez o PSG executou as duas maiores transações da história do futebol.

Neymar custou 222 de milhões de euros e foram necessários dribles fiscais para o clube não desobedecer o fair play financeiro da Uefa (regra para garantir o “jogo limpo” nas finanças dos times). E como encaixar os 145 milhões por Mbappé? O prodígio foi por empréstimo em seu primeiro ano, e o valor estipulado será pago parcelado a partir do próximo mês de junho.

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A negociação, com o pai do jogador, foi conduzida pelo técnico Unai Emery — que está de saída do PSG —, que apelou ao fator casa para convencer Mbappé a desistir da Espanha. “Ele queria ir para Real Madrid ou Barcelona. Eu e o clube dissemos que ele tinha que ficar na França. Os franceses [de todas as torcidas] devem acolhê-lo de braços abertos”, contou o treinador ao canal SFR Sport, sob o argumento de ser bom para a qualidade do futebol local ter um selecionável tão precioso por perto.

Assim, o jovem Kylian voltou para casa. Nascido na comuna de Bondy, na periferia de Paris (em 12 de dezembro de 1998), o filho de pai camaronês e mãe argelina não se intimidou por estar ao lado de Neymar e Cavani. Quando o brasileiro fraturou o pé, sua responsabilidade aumentou e ele manteve a média de gols por partida. Na seleção francesa, consolidou-se a ponto de receber, nos amistosos de março, a camisa 10 — herança dos ícones Michel Platini e Zinedine Zidane. Ao mesmo tempo, livrou-se do peso do número anterior, o 12, que fora de Thierry Henry, campeão do mundo em 1998 ao lado de Zidane. Peso porque Mbappé surgiu como “novo Henry”, pela forma de jogar e por também ter sido formado no Monaco. A expectativa é que, sem pressões, torne-se maior. O começo dessa ultrapassagem pode acontecer na Rússia.

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