Mano Menezes diz que SAF tem ‘vigarice’ e cobra dívida do Cruzeiro
Ex-treinador da Raposa disse que entrou na Justiça para exigir pagamento de acordo que não foi cumprido pelo clube mineiro
O treinador do Internacional, Mano Menezes, fez críticas ao modelo de SAF (Sociedade Anônima do Futebol) adotado recentemente pelo Cruzeiro, seu ex-clube, e expôs sua opinião sobre os trâmites da transferência de gestão para o grupo liderado por Ronaldo Fenômeno. O técnico ainda reclamou que a Raposa não lhe pagou os direitos devidos. O caso está correndo na Justiça e deverá entrar no plano de credores apresentado pelo clube.
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“Eu achei esse negócio da SAF, uma parte desta questão da SAF, uma grande vigarice. Porque se existe uma coisa sagrada no Brasil são os direitos trabalhistas. Então, na medida em que você permita que se faça uma SAF e pode direcionar e parcelar dívidas de contratação, dívida disso ou daquilo, as dívidas trabalhistas você tem que cumprir, porque no país isso sempre foi sagrado”, disse Mano, em entrevista à TNT Sports.
O técnico diz que o clube mineiro ainda não lhe pagou tudo o que deve, apesar de terem um acordo de quitação de dívidas. Em março deste ano, o clube foi condenado a pagar a Mano a quantia de 846.666,66 reais, com multa de 5% e juros de mora de 1% ao mês, em cobrança de direitos de imagem. Além disso havia uma outra ação em andamento na Justiça do Trabalho, onde o clube mineiro foi condenado a pagar 2.843.679,61 reais em direitos trabalhistas.
“Eu estou com uma dívida trabalhista dos salários que o Cruzeiro não me pagou. Não entrei na Justiça pedindo isso, hora extra, nada, zero. É do dinheiro que o Cruzeiro disse que me devia, e que foi lá, colocou no acordo e não me pagou. Então, me obrigou a entrar na Justiça para receber”, afirmou Mano.
Com passagens pela Raposa em 2015 e entre 2016 e 2019, Mano Menezes levantou duas taças da Copa do Brasil – em 2017 e 2018 – e dois troféus do Campeonato Mineiro – em 2018 e 2019. Apesar de ter ganho títulos de peso para o clube, em 2019 conseguiu apenas uma vitória em uma sequência de 18 jogos e acabou saindo do time de forma turbulenta. Na temporada daquele ano, o Cruzeiro foi rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro.