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Malcom é vítima de racismo em sua estreia por time russo

Torcedores estenderam faixa irônica pedindo que clube respeitasse “tradições”

A recepção do atacante brasileiro Malcom não poderia ter sido mais preocupante para o jogador, que estreou pelo Zenit, da Rússia, no último sábado. No empate por 1 a 1 de sua equipe contra o Krasnodar, em partida válida pelo Campeonato Russo, uma faixa com uma mensagem racista direcionada ao atleta foi vista na arquibancada do Gazprom Arena, em São Petersburgo. “Obrigado aos diretores por respeitarem nossas tradições”, dizia o texto, de forma irônica. As “tradições” ressaltadas pelos fãs do time russo dizem respeito à origem, raça e até orientação sexual dos jogadores que vestem a camisa do clube.

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Em situações anteriores, um grupo de torcedores emitiu um comunicado desaprovando a chegada de atletas negros e homossexuais, ou que simplesmente não fizessem parte “de nações irmãs eslavas, dos estados Bálticos e da Escandinávia”. “Temos a mesma mentalidade e passado histórico e cultural dessas nações”, lembrava o comunicado.

As primeiras manifestações surgiram na chegada de atletas como o atacante Hulk, também brasileiro, em 2012, e do belga Axel Witsel, no mesmo ano. “Não somos racistas, mas para nós a ausência de futebolistas negros no plantel do Zenit é uma importante tradição que reforça a identidade do clube”, dizia, à época, a nota, que acrescentava: “Somos a equipe mais ao norte das grandes cidades europeias e nunca tivemos vínculos com a África, a América Latina, Austrália ou Oceania. Não temos nada contra habitantes destes continentes, mas queremos que joguem no Zenit atletas afinados com a mentalidade e o espírito da equipe”.

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Até a noite deste domingo, o clube russo não opinou a respeito do caso, limitando-se a divulgar, em suas redes sociais, uma entrevista com Malcom, formado no Corinthians e que veio do Barcelona por 40 milhões de euros (R$ 172,8 milhões), comentando o seu jogo de estreia, sem menção ao caso de racismo.

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