Palcos que escreveram a história do futebol brasileiro e até receberam finais de Copa do Mundo viraram saudade
Alguns estádios que ajudaram a escrever a história do futebol brasileiro e mundial já não existem mais. Seja por questões financeiras de um clube, aumento da capacidade ou até especulação imobiliária, os motivos são muitos.
Do Velódromo Paulista, em São Paulo, ao Sarriá, em Barcelona, esses estádios estão nas páginas da história do futebol. O Parque Antarctica, que posteriormente virou Allianz Parque, do Palmeiras, ou Delle Alpi, que deu lugar no mesmo terreno ao Allianz Stadium, da Juventus, não entram nessa conta.
Maradona contra Zico na vitória do Brasil sobre a Argentina, no mesmo Sarriá da derrota para a Itália – JB Scalco/PLACAR
O antigo estádio do Espanyol entrou para a história como palco de uma das maiores tragédias do futebol brasileiro. A Canarinho de Falcão, Zico e Sócrates foi eliminada pela Itália de Paolo Rossi na Copa do Mundo de 1982. O lugar, que ainda recebeu jogos da Eurocopa de 1988 e dos Jogos Olímpicos de 1992, acabou vendido para ajudar as contas do Espanyol e foi demolido em 1997.
Atualmente, uma placa em uma pacata praça sinaliza onde estava erguido o icônico estádio.
Pelé comemora um de seus gols na goleada sobre a Suécia na final de 1958 – Acervo Luiz Carlos Barreto
O estádio que coroou Pelé como Rei aos 17 anos, no primeiro campeonato mundial da seleção brasileira, na Copa de 1958, foi demolido em 2012 com ajuda dos torcedores, que levaram destroços como lembrança. Um novo estádio foi construído nas proximidades, mas o campo em si deu lugar a prédios comerciais.
Ainda no tema Copa do Mundo, o estádio do primeiro gol da história do torneio, do francês Lucien Laurent em 1930, em França 4 x 1 México, chegou a ser a casa do Peñarol por pouco mais de duas décadas. Três anos depois daquele Mundial, o clube passou a mandar as partidas no Centenário, maior e mais moderno para a época.
Pocitos foi demolido entre 1937 e 1946. No atual bairro de prédios baixos e empreendimentos comerciais, dois monumentos marcam onde era o centro do campo e as traves da meta histórica.
O estádio ainda hoje mexe com o torcedor do San Lorenzo. Construído em 1916 e vendido a uma rede de supermercados em 1979, o Gasómetro contou também a história da seleção argentina, com capacidade para 75.000 pessoas. O lugar no bairro de Boedo foi por anos motivo de protestos por “restituição histórica” para o futebol argentino.
Desde 1993, o Ciclón manda seus jogos no Nuevo Gasómetro, no bairro de Flores.
Visão atual do condomínio onde ficava o estádio do Arsenal – Luiz Felipe Castro/PLACAR
A casa do Arsenal por 93 anos, até 2006, foi palco das maiores conquistas da equipe londrina. O estádio, que ainda sobreviveu a bombardeios do exército alemão na II Guerra Mundial, precisou fechar as portas e hoje dá lugar a um conjunto residencial. Os Gunners atuam no moderno Emirates Stadium, localizado a 3 minutos de caminhada da velha casa.
Menuda panorámica….Estadio Vicente Calderón, Atlético de Madrid, en su esplendor… pic.twitter.com/fNpTBCDax7
— Nostalgia Futbolera ® (@nostalgiafutbo1) June 10, 2020
O estádio construído em uma região valorizada da capital espanhola foi a casa do Atlético de Madri de 1966 a 2017, quando o clube passou a mandar os seus jogos no Wanda Metropolitano. Foi o primeiro estádio europeu a ter todos os lugares cobertos para os torcedores, uma novidade para a época.
Um dos mais lembrados estádios da Copa do Mundo de 2022, o 974 foi construído com a prerrogativa de ser facilmente desmontável. Por razões não muito claras, o lugar está abandonado e com os 974 contêineres circundando um campo hoje em desuso. O interesse é que as caixas de aço fossem negociados com outras partes do mundo.
Nos amistosos disputados em agosto de 1910 no Velódromo Paulistano, o clube britânico venceu a Atlética das Palmeiras por 6 a 0, o Paulistano por 8 a 1 e o São Paulo AC por 9 a 2.
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— Pensar a História (@historia_pensar) September 1, 2022
Situado no que hoje é a rua Nestor Pestana, nas proximidades do teatro Cultura Artística, o Velódromo Paulistano foi o primeiro estádio do país a partir de 1901. O lugar recebeu partidas do campeonato paulista da época e foi demolido na década seguinte para dar lugar ao plano de urbanização da capital.
Arquivo/PLACAR
Em um salto no tempo, o antigo estádio do Grêmio é um exemplo atual de campos que foram abandonados. Inaugurado em 1954, o setentão hoje está em ruínas à espera de uma definição que envolve o Tricolor Gaúcho, a prefeitura e empresas privadas. Desde 2012, o clube manda jogos em sua moderna Arena do Grêmio.