Lisca ‘Doido’ é novo técnico do Internacional

Após o empate em 1 x 1 contra a Ponte Preta no Beira-Rio, que deixou o Internacional na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, o clube correu e anunciou Lisca como novo técnico para o três jogos restantes do torneio.

Conhecido como Lisca ‘Doido’, por suas reações em jogos de suas equipes, interagindo muito com a torcida, especialmente dos clubes que treinou no Nordeste, casos de Náutico e Ceará. 

No Ceará, aliás, em 2015, evitou um rebaixamento que era quase certo do clube para a série C. Salvou o time da queda apenas na última rodada e foi exaltado por isso. Em março deste ano, após um péssimo estadual, acabou demitido.

Em junho chegou para treinar o Joinville, que também se encontrava na zona de rebaixamento da série B. Em setembro, após não conseguir mudar a situação, acabou demitido do clube também.

Lisca nunca foi jogador, mas iniciou sua carreira de treinador na base do Internacional em 1990. Passou pela base de São Paulo, Grêmio e Fluminense. Seu primeiro time profissional foi o Ulbra-RS, em 2001. Depois disso, veio treinar o Brasil de Pelotas, em 2007. Nunca havia treinador um dos chamados “grandes” do Brasil, tendo no Internacional sua primeira chance, aos 44 anos.  

Na base do Inter, conquistou o Gaúcho Juvenil em 1997, 1998 e 1999, além do Brasileiro Juvenil em 1998. Em 2002, foi campeão gaúcho de Juniores.

Nos tempos de Juventude, Lisca conseguiu eliminar o Grêmio na semifinal do Gaúcho e não teve dúvidas. Subiu o alambrado e foi para o meio da torcida comemorar.  Ali, virou Lisca “Doido” para a torcida. No Náutico, depois disso, repetiu o feito, subindo no alambrado sem camisa.

Na série B de 2015, antes de assumir o Ceará, enquanto dirigia o Náutico, após uma vitória de 2 x 0 diante do Criciúma, dançou no gramado, provocando Neto Baiano, atacante do adversário, e grande rival do Náutico dos tempos de Sport. Neto comemorava seus gols dançando. Ao vencer o Criciúma, com Neto Baiano no ataque, Lisca devolveu. 

“Eu não sou de dançar, fui mais na brincadeira da torcida. Eles estava ‘frescando’ e pediram pra eu ir, então eu fui. Conhecia a música porque alguns jogadores ouvem, mas fiz uma dança mais estilo Vanerão, bem gaúcho mesmo. Eu sou muito duro para ‘frescar’, gaúcho não tem essa ginga”, disse Lisca, à época, ao site da ESPN.

Nos tempos de Sport, Neto Baiano, ao vencer o Náutico de Lisca na final, pegou um cartaz com a foto de Lisca e dançou ao lado, para comemorar o título. O termo “frescar” é para definir o estilo de dança que tanto Neto quanto Lisca usaram.

“Eu até conversei antes do Neto para não ter mais nenhum problema entre a gente, e ele foi muito correto. Quase trabalhamos juntos no clube que ele estava recentemente, o mundo da bola dá muitas voltas… Mas ele é personagem muito legal, um ídolo aqui no Sport, mas o resto do Recife pega no pé (risos). Ele gosta de mexer com o torcedor e eu fui na linha dele, para não deixar sem resposta (risos). Foi tudo na paz e na boa. Só curti o momento”, disse o treinador, a favor de mais provocações no futebol.

Bisneto e neto de goleiros do Internacional no começo do século passado, Lisca volta ao clube que o formou. Que também foi seu clube na base, quando tentou ser goleiro. Como treinador, participou da formação de jogadores como Daniel Carvalho, Rafael Sóbis, Nilmar e Alexandre Pato.