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Lição ou burrice? O que as atitudes de Montillo e Calleri podem nos ensinar

A fidelidade dos argentinos com os clubes brasileiros que defendem é certo ou errado?

Os argentinos são mais fiéis que os brasileiros em relação aos times que defendem? Há quem tenha essa ideia, que pelas atitudes de jogadores como Montillo e Calleri. Contudo, isso é uma verdade?

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Montillo defendeu, no futebol brasileiro, Cruzeiro e Santos. O Cruzeiro foi o primeiro time dele no Brasil. Virou ídolo na equipe, pelo qual jogou de 2010 a 2012, vencendo apenas um título, o Mineiro de 2011. Depois que deixou o Cruzeiro, defendeu o Santos em 2013 e 2014, sem repetir o bom futebol dos anos de Cruzeiro e sem conquistar um título, e sem a idolatria. Depois disso, foi jogar no futebol chinês. Após algum tempo lá, diversos clubes brasileiros foram atrás do meia, que muitas vezes rejeitou por um motivo: ele entendia a rivalidade.

O jogador falou que, em Minas Gerais, jogaria apenas pelo Cruzeiro. Já em São Paulo, defenderia apenas o Santos. Os torcedores mais apaixonados veem isso como algo muito honrável e correto. Contudo, o jogador perde a chance de fazer história e, porque não, ganhar dinheiro em outras equipes. Por mais belo que isso possa parecer, nem sempre é a melhor solução. Veja o caso de Luizão. Jogou pelos quatro grandes clubes paulistas e nos quatro fez sucesso, tornando-se até um “quase ídolo” em alguns momentos. Nunca se identificou muito com qualquer um deles, dando a ele a oportunidade de defender os quatro. Por isso, não se tornou ídolo. Em contrapartida, brilhou nos quatro e é bem lembrado pelos clubes que defendeu.

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Montillo poderia fazer isso, já que nem chegou perto de se tornar ídolo do Santos. Contudo, sua atitude é maravilhosa, se olharmos pelo outro lado, entendendo que ele pode voltar ao Santos e virar um ídolo na equipe.

Agora, o caso mais recente foi o de Calleri, que defendeu o São Paulo por apenas sete meses, de janeiro a julho deste ano. Não virou ídolo, pelo pouco tempo em que jogou no clube, mas foi muito bem, brilhando com muitos gols, sendo artilheiro da Copa Libertadores. Foram 31 jogos e 16 gols marcados, antes de sair para o West Ham.

O São Paulo seria apenas uma ponte para o jogador, mas acabou transformando-se em muito mais. O argentino gostou do clube, de defendê-lo. Nesta semana, o jogador foi procurado pelo Palmeiras, mas rejeitou. “As pessoas do Palmeiras falaram com meus empresários, mas eles sabem que sempre digo que no Brasil o único lugar que eu jogaria é no São Paulo. E sempre vou manter isso”, afirmou ao jornal Lance!.

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Mesmo tendo esse amor pelo São Paulo, o jogador não pretende voltar ao futebol brasileiro agora. “Sempre estou falando com Marco Aurélio Cunha, é uma pessoa que sempre se preocupa com o jogador e pelo São Paulo. Sempre falamos de voltar algum dia. Mas ele também sabe que é muito difícil, porque tampouco depende de mim, e meu sonho é jogar na Europa”, completou Calleri.

No West Ham, fez apenas nove jogos pelo time principal, sendo três como titular. No geral, o jogador está no time sub-23 do clube.

Não ir para um clube rival pode ser uma oportunidade deixada de lado. Será que Edílson seria o Edílson se rejeitasse jogar no Corinthians após defender o Palmeiras? Contudo, essa rejeição é que forma os ídolos, tão em falta no futebol brasileiro hoje em dia. É isso que essas atitudes nos ensinam.

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