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Lewis Hamilton, piloto de Fórmula 1, diz que foi ‘silenciado pelo racismo’

Responsável por encabeçar o protesto antes do início da temporada 2020, o hexacampeão mundial lamenta não ter agido antes pela causa

Lewis Hamilton se tornou uma das principais vozes ativas contra o racismo nos últimos meses. O piloto se arrepende de não ter se posicionado sobre o tema antes. O inglês, líder da iniciativa que protestou pela causa antes do início da temporada da Fórmula 1 no último domingo, 5, afirmou que foi “silenciado” em tentativas anteriores de se levantar sobre o problema.

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A necessidade de se posicionar começou após os protestos do ex-jogador da NFL Colin Kaepernick. Em 2016, o então quarterback do San Francisco 49ers passou a se ajoelhar durante a execução do hino nacional dos Estados Unidos antes das partidas, em forma de manifestação contra o comportamento racista do país. O gesto foi visto como uma ofensa pelo na época candidato à presidência Donald Trump e pelos donos das franquias da liga e Kaepernick nunca mais jogou futebol americano profissionalmente.

“Ele perdeu o emprego e não o teve de volta. Falei com ele pouco depois disso e usei um capacete vermelho (a cor do 49ers) com o número que ele utilizava. Mas depois disso, eu fui silenciado. Me disseram para não continuar, não apoia-lo, senão eu iria me arrepender”, afirmou Hamilton sem dizer quem foram as pessoas deram tal “conselho”.

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Today was an important moment for me and all the people out there who are working for and hoping for change. For a more equal and just society. I may get criticism in the media and elsewhere, but this fight is about equality, not politics or promotion. To me it was an emotional and poignant chapter in the progress of making F1 a more diverse and inclusive sport. I want a better future for our generation and the ones after us. There is so much that needs to be done. No one is perfect but if we all chip in and do our part, we can see change. I truly believe that. Thank you to my team for their incredible support and hard work this weekend and thank you to all who supported. Let’s keep pushing, guys. See you next week. Love. #EndRacism #BlackLivesMatter

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O inglês decidiu que não seria mais silenciado. Antes do Grande Prêmio da Áustria, o primeiro da nova e curta temporada da F1, os 20 pilotos do grid se concentraram na frente dos caras vestindo camisetas pedindo o fim do racismo – Hamilton foi o único a vestir uma peça com a frase “vidas negras importam”. O gesto de se ajoelhar, entretanto, não foi repetido por todos. Max Verstappen, Antonio Giovinazzi, Carlos Sainz, Charles Leclerc, Kimi Raikkonen e Daniil Kvyat decidiram ficar de pé.

“Ninguém deve ser forçado a ajoelhar. Eu nunca requisitei ou obriguei que ninguém fizesse isso. Quando passamos o briefing da ação para os pilotos, Vettel e Grosjean disseram categoricamente que não fariam isso. Eu disse para eles fazerem o que eles sentissem que é o certo. Agradeço a todos que se ajoelharam comigo”, contou Hamilton. Vettel e Grosjean acabaram aderindo ao gesto.

“Não quero que as pessoas sintam-se forçadas a nada. Quero pessoas que estejam animadas para fazer parte da mudança e quero encoraja-las a pensar: ‘quero ser parte da mudança para que nossos filhos tenham uma vida melhor no futuro’. É disso que se trata”, completou.

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Hamilton terminou a primeira corrida do ano no segundo lugar, mas sofreu uma punição de cinco segundos após se envolver em um acidente com Alexander Albon, da Red Bull, e caiu para a quarta posição. O vencedor foi o companheiro de Mercedes Valtteri Bottas. Charles Leclerc, da Ferrari, e Lando Norris, da McLaren, completaram o pódio.

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