Júlio César: ‘Meu tempo na seleção ainda não acabou’
Aos 35 anos, goleiro diz que reencontrou autoestima no Benfica, de Portugal
O goleiro Júlio César evitou uma eliminação precoce da seleção brasileira na Copa do Mundo, ao defender, nas oitavas de final, dois pênaltis no jogo contra o Chile. Além disso, fez o que pôde e não teve nenhuma culpa no massacre alemão, na semifinal, nos humilhantes 7 a 1, no Mineirão. Aos 35 anos, jogando pelo Benfica, de Portugal, Júlio César diz estar em ótima forma e acredita que pode reconquistar a confiança de Dunga, apesar de não ter sido convocado nenhuma vez depois da Copa.
“Acho que meu tempo na seleção não acabou. Estou no Benfica, um time que briga por títulos e é respeitado no mundo inteiro e me dá condições de sonhar com isso. Em Portugal reencontrei minha autoestima. Na Inglaterra passei por momentos complicados, mas agora reencontrei a alegria em jogar futebol e acho que posso continuar pensando em seleção brasileira”, afirmou o quinto goleiro que mais atuou pela seleção brasileira (87 jogos), segundo dados da CBF.
Leia também:
Dunga exalta liderança de Neymar na seleção brasileira
Dunga convoca seleção com Robinho no ataque
Júlio César bate recorde de mais tempo sem levar gols no Benfica
Júlio César se recuperou recentemente de uma lesão muscular na coxa direita e já retomou o posto de titular na equipe portuguesa. Perguntado se a idade poderia estar atrapalhando seu rendimento, o goleiro revelado pelo Flamengo disse estar no auge de seu futebol. “Hoje, com quase 36 anos, tenho os mesmos reflexos que antes. Me sinto até mais goleiro, mais experiente, com um conhecimento de jogo melhor. Meus reflexos estão superapurados”, garantiu o jogador, que depois de anos de glória na Inter de Milão, passou pelo Queens Park Rangers, da Inglaterra, e pelo Toronto FC, do Canadá.
Apesar da goleada sofrida diante da Alemanha nas semifinais, Júlio César diz guardar uma belíssima lembrança da Copa do Mundo no Brasil. Segundo ele, a decisão por pênaltis diante do Chile, no Mineirão, lhe proporcionou o momento de maior euforia de sua carreira. “Foi uma alegria muito grande, não só para mim, mas para meus familiares e amigos. O Brasil estava em festa, foi um sonho, é difícil descrever o sentimento que tive naquele dia. Até hoje, quando vejo, eu me emociono.”
Júlio César ainda não foi chamado pelo novo treinador da seleção – Jefferson, Marcelo Grohe e Diego Alves foram convocados para os próximos amistosos, contra França e Chile -, mas tem a confiança de Dunga. O goleiro do Benfica foi titular da equipe durante quase toda a primeira passagem do técnico, entre 2006 e 2010.
Júlio, inclusive, lembra como carinho da partida em que se consolidou como o dono do gol brasileiro, uma vitória por 2 a 1 sobre o Uruguai, no Morumbi, em novembro de 2007. “Lembro muito desse jogo. Entrei um pouco pressionado porque o jogo era em São Paulo e a torcida paulista gostava muito do Rogério Ceni. Mas foi tudo maravilhoso, foi uma noite perfeita para mim e para seleção brasileira.” Como motivação para Júlio Césr, em suas convocações, Dunga levou atletas que integraram o seu ciclo anterior na seleção, como Kaká e Robinho.