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Jorge Jesus, comandante do Flamengo: ‘Sou diferenciado em qualquer lugar’

Em uma franca entrevista após a conquista da Libertadores, o treinador português revelou que seu agente não o queria trabalhando no Brasil

Publicado por: Alexandre Senechal em 23/11/2019 às 21:07 - Atualizado em 27/09/2021 às 12:25
Jorge Jesus, comandante do Flamengo: ‘Sou diferenciado em qualquer lugar’
O técnico do Flamengo, o português Jorge Jesus, orienta seus jogadores à beira do gramado em Lima

Jorge Jesus deu uma entrevista sincera na saída de campo após o título da Libertadores neste sábado, 23. Depois de mais uma hora e meia de festa dos jogadores, membros da comissão técnica e dirigentes no gramado em Lima, no Peru, o técnico português conversou com o repórter Benjamin Back, do canal por assinatura Fox Sports, na zona mista do Estádio Monumental e falou sobre seu trabalho, os seis meses no Brasil e deu declarações sobre sua chegada e como pode sair gratuitamente do Flamengo no final do ano.

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Confira os principais trechos da entrevista:

Imaginava que iria fazer tanto sucesso? Não vou mentir. Imaginava o sucesso. Quando vim para o Brasil foi com um sonho e uma convicção que ia estar em uma Libertadores, chegar à final, ganhar, e ter a chance de vencer o Campeonato Brasileiro. Sabia que a Libertadores nos dava a chance de nos colocar no Campeonato Mundial e isso vai acontecer. Quando tomei essa decisão, fui contra meu agente, meus amigos, para um campeonato que os treinadores não têm uma semana inteira para trabalhar. Mas tinha muita confiança no meu trabalho e também conhecia muito bem a equipe do Flamengo. Tudo poderia acontecer. Havia talento e estrutura para que pudéssemos fazer o que fizemos hoje.

Agente e amigos não o queriam no Flamengo? Principalmente meu agente achava que eu não deveria ter escolhido essa opção. Tinha clubes na Europa onde eu tinha arranjado para eu poder treinar. Concretamente tinha uma oportunidade na Inglaterra. Aceitei esse desafio em boa hora. Mais uma vez pensei pela minha cabeça, nunca penso pela cabeça dos outros. E eu tinha razão.

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É o melhor ano da carreira? Ainda não. Ganhei uma Libertadores, que é um troféu muito importante. Se ganhar o Campeonato Brasileiro e o Mundial de Clubes, não terei dúvidas de que será o meu melhor ano como treinador.

O que achou das críticas de outros treinadores brasileiros sobre ser um técnico estrangeiro no futebol brasileiro? Sou um treinador como outro qualquer do mundo. Não é minha nacionalidade que me faz diferente. Poderia estar em outro parte do mundo. Há treinadores melhores e outros piores. Não foram todos os treinadores. Alguns não aceitaram muito o meu êxito. Incomodou mais os que não são bons treinadores. Os que são bons treinadores não se incomodaram. Hoje essa vitória do Flamengo não é só minha. É uma vitória do futebol brasileiro. E estão incluídos muito treinadores brasileiros. Vi os comentários do treinador do Bahia e de outros jogadores, que comentaram que estavam do lado do Flamengo. Fiquei muito satisfeito com essa forma deles de olhar para o mundo do futebol.

Acredita que mexeu com o futebol brasileiro? Mexi porque tenho uma ideia de olhar para o jogo diferenciada. Não só no Brasil. Quero dizer para os dirigentes: não é pelo fato do Jorge Jesus ter conquistado um campeonato que está mal o futebol brasileiro e os treinadores brasileiros não tem capacidade. Nem todos os treinadores de Portugal são iguais a mim. Basta falar com os jogadores que trabalharam comigo. Eu sou diferenciado se estiver na China, na Inglaterra, em Portugal. Não é porque estou no Brasil.

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Como foi ganhar uma Libertadores nos acréscimos depois de perder a Liga Europa duas vezes da mesma maneira? Hoje fui abençoado por Deus. Já me aconteceu de perder títulos muito importantes nos acréscimos dos jogos. Alguma vez tinha que acontecer pro meu lado. Em 27 finais, ganhei 17 e perdi 10. Minha carreira é mais marcada pelo lado positivo do que pelo negativo. Acreditei sempre que iríamos buscar a virada. Vi a equipe do River cansada nos últimos 20 minutos. Vi que era o momento certo para mudarmos muita coisa. Felizmente as coisas correram bem. Estou muito feliz pelos torcedores do Flamengo, porque eles merecem tudo, e também pelo povo brasileiro, porque sei que muitos estiveram do nosso lado para conquistar a Libertadores.

É verdade que pode sair do Flamengo no final do ano e que está com medo da violência no Rio de Janeiro? A única coisa que é verdade é que a cláusula [para romper o contrato gratuitamente em dezembro] existe para as duas partes. Quando vim para o Brasil, poderia não dar certo. Portanto, era bom para mim e bom para minha entidade patronal. Era importante ter a cláusula. Sinto-me bem no Rio e sinto-me seguro. As pessoas no Flamengo me acarinham todos os dias e fazem parte da minha família. Tenho muitos amigos no Brasil que me acarinham e procuram que eu esteja bem nos lugares que frequento, que é o meu trabalho e na Barra na Tijuca. Insegurança existe em qualquer lugar. No Brasil e em Portugal. Isso nunca me assustou e nunca vai me assustar.

Como se sente sendo ídolo do Flamengo? São muitos anos de carreira. Sei que o futebol é cruel e o treinador quando ganha é tudo muito bonito, muito bom. Se deixa de ganhar, começam a duvidar de você e dos jogadores. Futebol tem esse sentimento irracional. Estamos assim porque o Flamengo está ganhando. Quando a gente não ganhar, vai acontecer comigo o que acontece com os outros.

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