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Jogador nega ser nazista: ‘Sou um patriota, apolítico e contra ideologias’

Ucraniano Roman Zozulya, do Albacete, lamentou ocorrido que causou suspensão de jogo na Espanha e agradeceu o governo de seu país pelo apoio

Roman Zozulya, jogador ucraniano do Albacete, concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira, 19, para dar sua versão sobre os acontecimentos na partida contra o Rayo Vallecano. O duelo, válido pela segunda divisão do Campeonato Espanhol, foi suspenso no último domingo 15 depois que a torcida do Rayo acusou Zozulya de ser nazista, com gritos e faixas.

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De acordo com o diário Marca, Zozulya, que fala espanhol bem, preferiu falar em sua língua materna. Agradeceu ao Albacete pelo apoio e negou as acusações da torcida do Rayo, seu ex-clube. “O que se diz sobre mim não é verdade. Sou apenas um jogador de futebol e patriota. Sou partidário de meu país. Sou apolítico e contrário a todas as ideologias”, afirmou Zozulya.

O incidente remonta a fatos ocorridos há dois anos. Em 2017, Zozulya foi contratado pelo próprio Rayo Vallecano, pequeno clube de Madri conhecido por ter uma das torcidas mais progressistas do mundo, com campanhas constantes contra racismo e homofobia. O jogador, hoje com 30 anos, no entanto, teve seu contrato rescindido devido à pressão da torcida organizada Bukaneros, que não aceitou suas ligações com movimentos de ultradireita da Ucrânia e alguns gestos de apoio a Stepan Bandera, líder nacionalista antissemita do século XX, escancarados em postagens antigas nas redes sociais.

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Durante a partida, o jogador teve uma recepção especial no reencontro. Faixas como “Zozulya não é bem-vindo” e gritos como “Zozulya, p… nazista” foram vistos e ouvidos na primeira etapa, que terminou empatada em 0 a 0. O jogador deixou o campo em Vallecas provocando a torcida ao colocar a mão no ouvido, como se pedisse mais insultos. Em seguida, o Albacete se negou a voltar ao campo e a arbitragem optou por paralisar a partida. Foi a primeira vez que um jogo foi suspenso na Espanha devido a reações das arquibancadas.

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“Estou cansado de escutar esse tipo de insulto. Minha família me apoia e sabe a verdade. Minha filha me pergunta sobre isso e nem sei o que responder. Tudo começou quando assinei com o Rayo. Disseram que eu defendia o exército ucraniano e que estavam do outro lado. Eles não vai mudar de opinião”, afirmou Zozulya nesta quinta.

Zozulya ainda agradeceu o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelenski, que o apoiou publicamente. “Queria lhes perguntar: algum presidente apoiaria um nazista?” Dois dias antes, Zelenski se manifestou via redes sociais. “Zozuklya não é apenas um grande jogador de futebol, mas um verdadeiro patriota que ama o seu país e ajuda os nossos soldados. Nós estamos com você! Eu te estendo a mão”, escreveu Zelenski.

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As autoridades ucranianas sempre elogiaram Zozulya por ter criado um fundo para ajudar os militares que combatem no leste da Ucrânia e por ter doado dinheiro para reconstruir um hospital onde soldados feridos são reabilitados em Donbass, palco de um conflito entre o exército ucraniano e as milícias pró-russas desde 2014.

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