Interpol suspende acordo de 20 milhões de euros com a Fifa
Entidades mantinham um projeto de combate ao crime organizado no futebol
A Interpol informou nesta sexta-feira que suspendeu o programa de cooperação que mantinha com a Fifa, devido às acusações de corrupção que a entidade que regula o futebol enfrenta. Em um comunicado, a organização policial com sede em Lyon indicou que recebeu 20 milhões de euros (cerca de 70 milhões de reais) para manter o projeto “Integridade no Esporte”, que combatia a manipulação de resultados e o envolvimento do crime organizado no futebol. Maior contribuição individual à Interpol de qualquer parceiro privado, o acordo foi assinado em 2011 e deveria durar dez anos.
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“Todas as partes externas, sejam públicas ou privadas, devem compartilhar valores fundamentais e princípios da organização, além daqueles da comunidade legal”, disse Juergen Stock, secretário-geral da Interpol. Sob o cronograma do acordo, a Interpol já teria recebido e gastado mais de metade do financiamento até o momento. Em resposta, a Fifa emitiu um comunicado, alertando que estava decepcionada com a decisão. “O sucesso do programa não tem relação com os problemas atuais afetando a Fifa e acredita que essa decisão unilateral terá um impacto negativo na luta contra o crime organizado”.
Na semana passada, a Interpol divulgou um alerta vermelho (sua lista de procurados internacionais) contra cinco envolvidos no escândalo de corrupção no futebol que seguem soltos: o ex-vice presidente da Fifa Jack Warner, o ex-presidente da Conmebol Nicolas Leoz, e os empresários Hugo Jinkis, Mariano Jinkis e José Margulies. O argentino Alejandro Burzaco era outro empresário procurado, mas se entregou à polícia nesta semana, na Itália.
(com agência Reuters)