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Inter de Milão entra na (controversa) onda de reformulação de escudos

Tradicional clube italiano repetiu a estratégia de ‘rebranding’ de Juventus, Athletico Paranaense e outras equipes – e não escapou de memes e críticas

Os tradicionalistas do futebol sofreram um novo baque nesta terça-feira, 30. Ainda que alterações em escudos de clubes seja uma prática corriqueira na história do esporte, nos últimos anos algumas importantes agremiações chocaram seus torcedores com mudanças drásticas, em busca de uma identidade visual mais moderna, uma repaginação estratégica – o chamando rebranding, no jargão da publicidade.

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No Brasil, o Athletico Paranaense foi o mais ousado ao alterar não apenas seu emblema, mas também seu nome (incluiu um H) e até seu uniforme, em 2018. Um ano antes, a Juventus escandalizou a Itália com seu novo logo (este foi exatamente o termo usado pelo clube de Turim, em detrimento a escudo ou emblema), um J estilizado, para lá de minimalista. A rival Inter de Milão entrou na onda ao revelar nesta terça a sua nova cara, um escudo mais parecido ao antigo, mas não menos controverso.

O novo emblema da Inter não possui mais detalhes em dourado ou amarelo, como as versões anteriores, e se baseia apenas em suas principais, preto e azul, com as letras “I” e “M”, iniciais do clube, em formato minimalista. “O que sou hoje é fruto do que sempre fui. Aberto ao mundo, enraizado em uma cidade”, diz trecho da mensagem publicitária de seu lançamento. Nas redes sociais, torcedores interistas (e muitas rivais, claro), ironizaram a semelhança com o logo da marca alemã de automóveis Volkswagen.

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Na apresentação do novo escudo, a estratégia de marketing foi enfatizar a sigla IM, alusiva a expressão “I am ou I’m, do inglês (que significa “Eu sou”). “Meu nome é minha história, eu sou Inter de Milão. Em outras postagens, fotos de jogadores como Lautaro Martínez e Romelu Lukaku acompanhados de escritos como: “Eu sou Inter, Eu sou Milão, Eu sou o poder, Eu sou o futuro”.

“A Inter renova sua identidade visual para se abrir a um público cada vez mais digital e com consciência estética, para atingir alvos globais e diferentes faixas etárias, para se firmar como um ícone cultural e esportivo. O objetivo é tornar a marca Inter relevante e reconhecível não só pelos torcedores, mas também permitir que um público mais jovem e internacional se identifique com os valores de inclusão, estilo e inovação que caracterizam o Inter desde a sua fundação”, explicou o clube por meio de nota.

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O lançamento dividiu especialistas, jornalistas e torcedores pelas redes sociais. “Eu me recuso a acreditar nisso aqui. Sempre achei o escudo da Inter de Milão muito bonito, estou completamente decepcionada”, manifestou uma torcedora. “Era uma vez a Inter de Milão”, destacou outra publicação, em foto de Ronaldo e Simeone em 1997. O jornalista Bruno Formiga, da TNT Sports, defendeu a mudança: “Eu gostei do escudo da Inter de Milão. Me julguem”.

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Outros exemplos

O antes e depois do escudo do Manchester City -
O antes e depois do escudo do Manchester City – //Reprodução

Uma das mudanças mais marcantes foi a do Manchester City. Em dezembro de 2015, o clube inglês lançou o novo escudo baseado em um desenho usado pelo clube entre os anos de 1972 e 1977. A mudança foi drástica, a águia e as três estrelas foram substituídas por um emblema circular com uma rosa vermelha e o desenho de um navio veleiro. O clube explicou ter feito uma série de pesquisas com torcedores e adotou o novo modelo na temporada 2016/2017.

Anos antes, em fevereiro de 2013, o Paris Saint-Germain apresentou apenas pequenas mudanças do modelo anterior como o tom de azul, um pouco mais claro, além do claro objetivo de reforçar a associação com a cidade de Paris. No novo desenho, o nome ganhou um maior destaque. A Torre Eiffel e a flor-de-lis foram mantidas praticamente em seus formatos originais, enquanto somente o berço – símbolo do rei Luis XIV – e o ano de fundação do clube, 1970, saíram.

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O Atletico de Madrid, da Espanha, também evitou uma descaracterização na mudança de seu símbolo, em dezembro de 2016. O clube anunciou a modernização de forma conjunta com o nome do novo estádio, o Wanda Metropolitano. O novo escudo teve um escurecimento do tom de azul, além de extremidades mais arredondadas.

Outras equipes do futebol mundial também fizeram mudanças como o Lille e Monaco, da França, a Roma, da Itália, o West Ham, da Inglaterra. O novo símbolo da Inter foi desenhado pela equipe do Bureau Borsche, um estúdio de design gráfico de renome internacional, que busca um novo contexto na abordagem do nome da equipe.

No Brasil, o Atlético-GO lançou no último ano, em meio as comemorações pelo aniversário de 83 anos do clube, o novo design para o escudo, mantendo as cores e a sigla ACG (Atletico Clube Goianiense), mas com drástica mudança de conceito. Foi o 11ª mudança na história do clube. O presidente Adson Batista garantiu que a aprovação foi unânime.

A mudança também pode atingir, agora, o Atlético-MG. O conselheiro do clube e economista Virgílio Guimarães enviou na última quinta-feira, 25, proposta polêmica que alteraria não só o escudo, mas, também, o nome do clube. A ideia é que o Clube Atlético Mineiro passe a se chamar Clube Atlético Mineiro Galo Forte. Com isso, as iniciais CAM seriam substituídas por GALO no novo símbolo. O clube ainda não se pronunciou sobre o assunto, mas muitos torcedores protestaram de antemão nas redes sociais.

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