Inglaterra supera trauma dos pênaltis e vai às quartas
Britânicos haviam perdido suas últimas três disputas de tiros livres em Copas do Mundo
Configurava-se uma vitória merecida e incontestável da Inglaterra, tão segura com sua inconfundível linha de cinco defensores, mas a Copa do Mundo sempre tem espaço para uma boa história. Que seria a reação da Colômbia, que buscou o empate por 1 a 1 no tempo regulamentar aos 48 minutos do segundo tempo e que foi mais efetiva na prorrogação. Mas a narrativa fica emocionante exatamente por haver mais de uma reviravolta. A Inglaterra errou primeiro na disputa de pênaltis, mas sorriu por último. E volta às quartas de final depois de doze anos.
Tabela completa de jogos da Copa do Mundo 2018
No Mundial de 2006, aliás, os britânicos foram eliminados (por Portugal) exatamente nas cobranças de tiros livres. Àquela altura, um trauma: já haviam perdido dessa forma nas duas ocasiões anteriores, nas oitavas de 1998 (a Argentina venceu) e na semifinal de 1990 (deu Alemanha). A imprensa britânica temia uma nova necessidade dessas e contabilizava o histórico de seus batedores. O lateral Trippier nunca havia cobrado um pênalti na vida. Foi, no entanto, perfeito em seu chute.
Maior preocupação ainda havia em relação aos goleiros. Uma posição sem um nome absoluto e seguro. O mais longevo, Joe Hart, nem sequer foi chamado para a lista final. Escolhido como titular, Jordan Pickford tinha apenas três amistosos disputados pela seleção inglesa antes de chegar à Rússia. Já está de outro tamanho. A bela defesa que fez aos 47 minutos do segundo tempo, em chute de Uribe, seria a da classificação, mas não conseguiu evitar o gol de empate de Mina, no lance seguinte — a Inglaterra abrira o placar aos 13, de pênalti, o sexto gol do artilheiro Harry Kane. Na disputa de pênaltis, parou Uribe de novo, além de Bacca.
Os pênaltis são um tabu a menos para os ingleses. O outro, a distância de 52 anos de seu único título mundial, em 1966. Única detentora de uma estrela na camisa em seu chaveamento nos jogos eliminatórios, a Inglaterra pode sonhar. Ambição que antecipa as pretensões de um trabalho de longo prazo que começou em 2012, inspirado na ‘ótima geração’ belga e na seleção alemã.
Nas quartas
A Inglaterra enfrenta a Suécia no próximo sábado, 7 de julho, às 11h.
Ponto alto
O roteiro do colombiano Mina, três gols em três jogos, era maravilhoso. Ele ainda se arrastou em campo por toda a prorrogação, com dores na perna esquerda — que o impossibilitaram de cobrar pênalti. De qualquer forma, sai valorizado da Rússia para convencer o Barcelona, onde jogou pouco, a continuar com ele.
Ponto baixo
O árbitro americano Mark Geiger teve muito trabalho com os ânimos dos jogadores — principalmente os colombianos — e perdeu muito tempo administrando reclamações. No total, teve que distribuir sete cartões amarelos.
Ficha do jogo
Colômbia (3) 1 x 1 (4) Inglaterra
Local: estádio Spartak, em Moscou. Árbitro: Mark Geiger (EUA). Público: 44.190. Gol: Harry Kane, aos 13, Mina, aos 48 do segundo tempo. Nos pênaltis: converteram Falcao, Cuadrado, Muriel (COL), Harry Kane, Rashford, Trippier, Dier (ING).
Colômbia: Ospina; Arias (Zapata), Mina, Dávinson Sánchez e Mojica; Carlos Sánchez (Uribe), Barrios e Lerma (Bacca); Quintero (Muriel); Cuadrado e Falcao García. Técnico: José Pekerman.
Inglaterra: Pickford; Trippier, Walker (Rashford), Stones, Maguire e Young (Rose); Henderson, Dele Alli (Dier) e Lingard; Sterling (Vardy) e Harry Kane. Técnico: Gareth Southgate.