Publicidade
Publicidade

Ídolos alemães e até Merkel criticam Kimmich por não tomar vacina

Estrela do Bayern de Munique causou controvérsia ao revelar que não se sentia seguro quanto aos efeitos de longo prazo do imunizante

A revelação do meio-campista Joshua Kimmich sobre não ter tomado a vacina de Covid-19 repercutiu, e muito mal, entre ex-jogadores e políticos na Alemanha. Grandes nomes como Paul Breitner, Mario Gomez e Phillip Lahm, vestiram a mesma camisa ao criticar a jovem estrela do Bayern de Munique e da seleção alemã. As contestações não se limitaram a futebolistas. A chanceler alemã Angela Merkel e o cientista e político Karl Lauterbach também pediram que o meia de 26 anos repensasse seu argumento.

Publicidade

Assine e receba PLACAR em casa a partir de R$ 14,90/mês

Kimmich deu a declaração há pouco mais de duas semanas, no dia 23 de outubro, após a vitória do Bayern de Munique sobre o Hoffenheim pelo Campeonato Alemão. O jogador afirmou em entrevista ao canal Sky Sports que ainda não tomou a vacina, pois prefere aguardar novos estudos sobre o imunizante. “Sim, não me vacinei. Ainda tenho algumas dúvidas sobre estudos de longo prazo. Cumpro todas as medidas de segurança, não sou negacionista da Covid-19 ou antivacina. Existem algumas pessoas que têm dúvidas e elas têm as suas razões”, disse o jogador na ocasião.

Paul Breitner, campeão do mundo com a seleção alemã, em 1974, e jogador do Bayern de Munich entre os anos de 1970-1983, foi o mais duro nas críticas, em entrevista ao jornal local Bild. O ídolo alemão, que também exerceu cargo diretivo no clube bávaro anos atrás, afirmou que Kimmich sequer treinaria no clube caso ele fosse chefe. “Fui responsável pelo time do Bayern por cinco anos. Ele não jogaria comigo – e também os outros quatro jogadores [que também não se vacinaram], esses cinco não jogariam comigo, sequer treinariam conosco. Eu teria dito a eles: ‘Caras, adeus. Ali atrás vocês podem correr subindo e descendo a montanha, mas não aqui. Não é possível’’ afirmou.

Publicidade

Outro ídolo germânico que comentou sobre o assunto foi o ex-lateral Phillip Lahm. Segundo o ex-capitão, é importante os jogadores saibam que são um modelo a ser seguido, e que se ainda estivesse em campo, conversaria com Kimmich sobre o assunto. “Para mim seria clara a tarefa de falar com ele sobre isso, convencê-lo”, disse ao Suddeustsche Zeitung. “Você pode ter essa opinião, mas a pergunta que surge para mim é: como se chega a essa opinião? Eu leio muito, é de onde eu me informo. E não li muitas coisas disseram que a vacina é ruim’’ disse.

O ex-atacante Mario Gómez, por sua vez, alertou para outro ponto crucial devido ao avanço da vacinação: o retorno do público. “Os estádios estão cheios de novo e podemos ficar felizes porque 60, 70, 80% das pessoas foram vacinadas. O fato que a vida pode voltar ao normal novamente é por causa daqueles que estão vacinados. E Kimmich também se beneficia disso”, disse Gómez na Amazon Prime, onde é comentarista.

O debate extrapolou os gramados. Na última terça-feira, 2, Karl Lauterbach, cientista alemão que é também político pelo Partido Social Democrático da Alemanha (SPD), publicou em seu perfil em uma rede social um estudo da Universidade de Düsseldorf em que mostra que ao menos 5% dos jogadores da Bundesliga e da Serie A da Itália sofrem de efeitos da infecção pela COVID-19 estavam com menos intensidade nos seis meses depois de contrair a doença. O cientista se mostrou disposto a conversar com o jogador sobre o assunto.  “Do ponto de vista científico, há mais razões para se preocupar com os danos causados por uma infecção de COVID-19 do que de efeitos da vacinação, disse o político ao jornal Münchner Merkur.

Publicidade

A própria chanceler alemã, Angela Merkel, que tem doutorado em Física, comentou sobre o assunto. A mulher mais poderosa da Europa foi questionada sobre os argumentos de Kimmich para não se imunizar devido ao receio a longo prazo da vacina. “Há bons argumentos factuais sobre seus questionamentos e dúvidas, que estão amplamente disponíveis”, ela respondeu ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung. E completou; “Talvez Joshua Kimmich pense nisso e reconsidere. Afinal, ele é conhecido como um jogador muito reflexivo”, disse Angela Merkel.

O caso de Kimmich surpreendeu a Alemanha, especialmente porque, durante o auge pandemia do novo coronavírus, Kimmich e seu colega de clube e seleção Leon Goretzka fundaram a campanha “WeKickCorona” (nós chutamos o corona) para combater a Covid-19 e doar dinheiro para instituições de estudo e hospitais.

A decisão de Kimmich contraria fatos e estudos científicos, que comprovam que as vacinas são seguras e são a única forma de reduzir os riscos de consequências graves em caso de contrair o vírus.

Publicidade