História de uma foto: o beijo de Maradona em 1986
O fotógrafo Sérgio Sade conta detalhes por trás do segundo título argentino da Copa do Mundo
Diego Armando Maradona foi o grande personagem da Copa do Mundo de 1986, no México. O meio-campista, Bola de Ouro do torneio, foi o principal responsável por levar a seleção argentina ao bicampeonato mundial, apesar de não ter feito gols na dura vitória por 3 a 2 sobre a Alemanha Ocidental, na decisão no estádio Azteca.
O craque protagonizou dois momentos icônicos – e distintos – do futebol em uma mesma partida, contra a Inglaterra, nas quartas de final. Aos seis minutos do segundo tempo, quando o placar apontava 0 a 0, Maradona aproveitou um desvio errado da zaga, saltou junto com o goleiro Peter Shilton – cerca de 20 cm mais alto que ele – e ganhou a dividida empurrando a bola, com a mão, para o fundo das redes, em um gol que ele próprio classificou como “La Mano de Diós” (A mão de Deus).
O lance controverso, quatro minutos depois, foi ofuscado pela genialidade do craque argentino, que driblou seis jogadores ingleses – incluindo o goleiro – e marcou um dos gols mais bonitos de todos os tempos, conhecido posteriormente como “O Gol do Século”. A seleção inglesa ainda diminuiu com o atacante Gary Lineker, artilheiro da Copa, com seis gols.
A partida contra a Inglaterra é a mais lembrada da Copa do México, mas a final contra a Alemanha foi ainda mais complicada. Os argentinos abriram 2 a 0 no placar e viram os alemães empatar aos 35 do segundo tempo. O meia Jorge Bucharraga, três minutos depois, anotou o gol do título argentino.
O fotógrafo Sérgio Sade, de VEJA, contou os detalhes daquela final, onde, por acaso, teve a oportunidade de registrar o beijo de Maradona na taça da Copa. “Estava sem credencial, consegui um colete na última hora, por sorte, e fui o único brasileiro a fotografar a celebração do Maradona nas tribunas”, relembrou.