Há 25 anos, Telê e Cryuff faziam pacto pelo bom futebol
Treinadores dirigiram São Paulo e Barcelona na final do Mundial de 1992
No dia 13 de dezembro de 1992, São Paulo e Barcelona decidiram o título do Torneio Intercontinental — Mundial de Clubes, no qual o time brasileiro sagrou-se campeão pela primeira vez. No comando das equipes, estavam dois treinadores amantes do futebol ofensivo e bem jogado, que fizeram um pacto pelo bom futebol duas noites antes da final: Telê Santana e Johan Cruyff.
Quem contou a história foi o árbitro daquela partida, o argentino Juan Carlos Loustau, em entrevista à Agência EFE. Sem sono por causa do fuso horário do Japão, local da partida, ele foi convidado para um bate-papo entre os treinadores no saguão do hotel em que estavam na madrugada do dia 11.
“Eles falavam de futebol como se fosse algo sagrado. Diziam que interromper uma partida com simulações de lesões, esconder a bola ou fazer uma substituição para ganhar segundos não era válido”, afirmou o árbitro. “Estavam convencidos que perder jogando bem não era fracassar e que em uma partida leal, com respeito aos princípios, não há vencedores nem vencidos”, completou.
Telê Santana e Johan Cruyff entraram para a história do futebol por seus triunfos mas também por suas derrotas. O primeiro no comando da seleção brasileira na Copa de 1982, que encantou o mundo, mas perdeu para a Itália. O segundo jogando pela seleção holandesa de 1974, no Carrossel Holandês, que também agradou a todos, mas perdeu a decisão da Copa para a Alemanha.
“Cruyff e Santana queriam ganhar, mas não de qualquer forma”, completou Lostau. “‘Negócio fechado’, disse Cruyff, enquanto Santana me perguntava se eu iria participar, e eu coloquei minha mão no topo.”