Há 25 anos, Telê e Cryuff faziam pacto pelo bom futebol
Treinadores dirigiram São Paulo e Barcelona na final do Mundial de 1992
![Há 25 anos, Telê e Cryuff faziam pacto pelo bom futebol](https://placar.com.br/wp-content/uploads/2021/10/montagem-tele-cruyff.jpg)
No dia 13 de dezembro de 1992, São Paulo e Barcelona decidiram o título do Torneio Intercontinental — Mundial de Clubes, no qual o time brasileiro sagrou-se campeão pela primeira vez. No comando das equipes, estavam dois treinadores amantes do futebol ofensivo e bem jogado, que fizeram um pacto pelo bom futebol duas noites antes da final: Telê Santana e Johan Cruyff.
Quem contou a história foi o árbitro daquela partida, o argentino Juan Carlos Loustau, em entrevista à Agência EFE. Sem sono por causa do fuso horário do Japão, local da partida, ele foi convidado para um bate-papo entre os treinadores no saguão do hotel em que estavam na madrugada do dia 11.
![Time campeão mundial de 1992. Na fila de cima, Gilmar, Toninho Cerezo, Vítor, Palhinha, Ronaldo Luís, Macedo, Válber e Marcos Adriano; na fila do meio, Cuca, Maurício, Muller, Adílson, Ronaldão, Lula e Carlos Alberto; sentados, Dinho, Suélio, Cafu, Elivélton, Rogério, Zetti, Marcos, Catê, Raí e Pintado](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/06/time-campeao-mundial-de-1992-original.jpeg?quality=70&strip=info&w=300)
“Eles falavam de futebol como se fosse algo sagrado. Diziam que interromper uma partida com simulações de lesões, esconder a bola ou fazer uma substituição para ganhar segundos não era válido”, afirmou o árbitro. “Estavam convencidos que perder jogando bem não era fracassar e que em uma partida leal, com respeito aos princípios, não há vencedores nem vencidos”, completou.
![São Paulo x Barcelona - 1992](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/05/sao-paulo-barcelona-19921213-001.jpg?quality=70&strip=info&w=300)
Telê Santana e Johan Cruyff entraram para a história do futebol por seus triunfos mas também por suas derrotas. O primeiro no comando da seleção brasileira na Copa de 1982, que encantou o mundo, mas perdeu para a Itália. O segundo jogando pela seleção holandesa de 1974, no Carrossel Holandês, que também agradou a todos, mas perdeu a decisão da Copa para a Alemanha.
“Cruyff e Santana queriam ganhar, mas não de qualquer forma”, completou Lostau. “‘Negócio fechado’, disse Cruyff, enquanto Santana me perguntava se eu iria participar, e eu coloquei minha mão no topo.”