GRUPO H – Senegal: segunda participação com a sombra de 2002
Repetir o desempenho que encantou o mundo há dezesseis anos será tarefa difícil para o time liderado por Sadio Mané, atacante do Liverpool
Antes de confirmar a Copa do Mundo da Rússia de 2018 como a primeira a utilizar o VAR (sigla em inglês para “Video Assistant Referee”, árbitro assistente de vídeo), a Fifa teve que recorrer a imagens para tomar uma decisão com impacto direto no próximo Mundial. Ao considerar que o árbitro ganês Joseph Odartei Lamptey teve “influência ilegal” na vitória da África do Sul sobre Senegal (2 a 1), em novembro de 2016, a entidade remarcou o jogo. A constatação ocorreu após a observação de um pênalti inexistente a favor dos sul-africanos — o juiz apontou toque de mão em uma bola que havia batido na perna do defensor. Disputada um ano depois, a partida foi vencida pelos senegaleses por 2 a 0, ocasião na qual conquistaram a vaga nas Eliminatórias Africanas.
Tabela completa de jogos da Copa do Mundo 2018
Será a segunda Copa da equipe. Em 2002, a estreia foi impactante. No jogo de abertura contra a França, então detentora do título, vitória dos azarões por 1 a 0. Um espanto, como fora a vitória de Camarões sobre a Argentina, na inauguração do Mundial de 1990. Em um grupo fortíssimo, o Senegal ainda empataria com Dinamarca e Uruguai, avançando de fase. Foi até as quartas de final, quando perdeu por 1 a 0 para a Turquia, na prorrogação. Assim, igualou a melhor campanha de um país africano (justamente a camaronesa de 1990, repetida por Gana em 2010).
O grande destaque daquela façanha foi o atacante El-Hadji Diouf. Apesar de não anotar gols, foram dele as arrancadas e os dribles que desmontaram as defesas adversárias. Tanto que Diouf foi apontado como um dos melhores jogadores da competição, o que lhe rendeu um contrato de duas temporadas no poderoso Liverpool, da Inglaterra. Mesmo clube onde joga o atual protagonista senegalês, Sadio Mané, igualmente veloz e decisivo.
No futebol italiano atuam outras duas peças importantes da tática do técnico Aliou Cissé (ex-volante e capitão em 2002). O zagueiro Kalidou Koulibaly, titular do Napoli e autor de quatro gols na atual temporada, é avaliado em 50 milhões de euros. O atacante M’Baye Niang, do Torino, nasceu na França, país que defendeu até a categoria sub-21. Filho de senegaleses, no ano passado decidiu atender ao chamado de Cissé.
Com poucos amistosos disputados, faltou a Senegal medir forças com equipes que também vão à Rússia — o último confronto desse porte foi um empate com a Nigéria, em março de 2017. Mesmo assim, tem condições de passar às oitavas de final, mas dificilmente ultrapassará o feito de 2002. No Grupo H também estão Colômbia, Japão e Polônia.