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GRUPO G – Bélgica: a segunda chance da geração de ouro

Mais uma vez cabeças de chave e badalados pelo bom futebol, belgas precisam lidar com o peso da expectativa que geraram

Atribuir favoritismo a países que já foram campeões mundiais é comum, a ponto de ganharem o status mesmo vivendo fases ruins. Por isso é tão significativo que, pela segunda Copa seguida, a Bélgica gere tanta expectativa. Com retrospecto de apenas uma semifinal (em 1986) em doze participações, o que justifica o otimismo é maior safra de talentos da história do futebol belga. A chamada “geração de ouro” falhou na primeira tentativa, em 2014, parando na Argentina nas quartas de final. Agora, chega novamente como cabeça de chave, depois de uma campanha inquestionável nas eliminatórias – nove vitórias e 43 gols marcados em dez jogos.

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Se vão bem em torneios classificatórios, falta aos “diabos vermelhos” brilharem nos palcos principais. Na Eurocopa de 2016, foram eliminados por País de Gales nas quartas, uma decepção que custou a demissão do técnico Marc Wilmots. Seu substituto, Roberto Martínez, foi uma aposta ousada. Afinal, além de jovem (44 anos), o treinador espanhol abriu mão do consagrado esquema tático 4-3-3, que havia sido na década passada uma diretriz da associação belga para todos os clubes do país.

Martínez, que construiu seu currículo na Inglaterra — dirigiu Swansea, Wigan e Everton —, investiu no 3-4-3. Alinhou três zagueiros experientes que atuam no Reino Unido: Vertonghen e Alderweireld, ambos do Tottenham, e Kompany, capitão do Manchester City. No meio-campo, improvisou o lateral-direito Meunier (Paris Saint-Germain, da França), que respondeu com cinco gols e sete passes decisivos nas eliminatórias. De Bruyne, craque da seleção e do Manchester City, Witsel (Tianjin Quanjian, da China) e o jovem Carrasco (Atlético de Madri, da Espanha) completam o quarteto. Da escola belga, o técnico manteve o desenho tradicional do ataque, com dois pontas — Hazard, do inglês Chelsea, e Mertens, do italiano Napoli — e um centroavante, o implacável Lukaku. Com apenas 24 anos, o camisa 9 do Manchester United já é o maior goleador da história de sua seleção, com 33 gols.

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O plano de jogo é voltado para o ataque, mas a defesa está bem protegida. O goleiro Courtois, do Chelsea, é um dos melhores do mundo em sua posição. Estreou na equipe nacional com apenas 19 anos e sonha repetir o feito de seu compatriota, Preud’homme, eleito melhor goleiro da Copa de 1994. Esse boa linhagem de “guarda-redes” começa por Pfaff, um dos destaques do quarto lugar conquistado em 1986.

Muitos dos jogadores são protagonistas em clubes de ponta do futebol europeu. A média de idade da equipe titular (27 anos) sugere o auge físico e técnico da “geração de ouro”. Mas pesa o discreto passado da seleção, isto é, a responsabilidade de fazer história é do time atual. Adepto de técnicas motivacionais, Roberto Martínez, que não chegou a disputar uma Copa como jogador, trouxe uma referência vencedora para o grupo. Seu assistente é o ex-atacante Thierry Henry, que em 1998 ajudou a França a conquistar seu primeiro título mundial. No Grupo G, a Bélgica enfrentará, na primeira fase, a Inglaterra, a Tunísia e o Panamá.

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