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GRUPO F – Alemanha: favorita hoje e para sempre

Futebol germânico esteve no pódio da Copa desde que iniciou há quase duas décadas um projeto que mira a hegemonia mundial

Quando Brasil e Alemanha entraram no gramado do Mineirão, em 8 de julho de 2014, os brasileiros somavam 220 gols marcados em Copas do Mundo, contra 216 dos alemães. Essa estatística, depois do inesquecível 7 a 1 e da vitória por 1 a 0 na final contra a Argentina, tem agora os germânicos na frente, 224 a 221. Eles também jogaram mais vezes (106 contra 104), mesmo com dois Mundiais disputados a menos, porque constantemente chegam às fases decisivas — são doze pódios em dezoito participações. Puxe o fôlego: quatro títulos (1954, 1974, 1990 e 2014), quatro vices (1966, 1982, 1986 e 2002) e quatro terceiros lugares (1934, 1970, 2006 e 2010).

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Tabela completa de jogos da Copa do Mundo 2018             

Neste século XXI, a escalada da “mannschaft” – “equipe”, em tradução livre, apelido da seleção – foi planejada a partir do fracasso na Eurocopa de 2000. Campeã continental quatro anos antes, fora eliminada na primeira fase. Os dirigentes da Federação Alemã preferiram a autocrítica ao escapismo e iniciaram um trabalho de longo prazo a partir das categorias de base, envolvendo os clubes locais. Chegar à final da Copa 2002 nem era esperado. A primeira “colheita” estava programada para 2006, com o aditivo de ser anfitriã. A maneira elegante como time, imprensa e torcedores aceitaram o terceiro lugar mostrava o entendimento do caminho planejado.

O primeiro grande reflexo do trabalho de formação de talentos foi no mundial de 2010. O técnico Joachim Löw, auxiliar de Jurgen Klinsmann em 2006 e peça-chave no projeto, foi ousado na campanha que rendeu mais um bronze. Lançou no time titular o zagueiro Boateng (então com 21 anos), o meia Özil (21) e o atacante Thomaz Müller (20). E não eram muito mais velhos o goleiro Neuer e o volante Khedira, ambos com 24. No banco, o meio-campista Toni Kroos (20), principal jogador da equipe hoje. Todos fundamentais no título de 2014 e que desembarcam na Rússia maduros e ainda mais competitivos.

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A eles se juntam atletas campeões da Copa das Confederações de 2017. Löw levou um time reserva, repleto de jovens que aproveitaram a oportunidade. O lateral-direito Kimmich (do alemão Bayern de Munique), o meia Draxler (Paris Saint-Germain, da França) e o centroavante Werner (Red Bull Leipizig, da Alemanha) já figuram na formação principal. E o goleiro Ter Stegen (Barcelona, da Espanha) assumiu o posto assim que Manuel Neuer (Bayern) fraturou o pé esquerdo pela primeira vez.

Capitão da seleção, Neuer vive desafio semelhante ao do brasileiro Neymar: estar em plena condição física até junho e desafiar a falta de ritmo de jogo. Em abril de 2017, o goleiro fraturou o metatarso do pé esquerdo. Em setembro, na quarta partida após seu retorno, idêntica lesão, nova cirurgia.

Sabiamente, Löw tirou qualquer possibilidade de clima de revanche no amistoso contra a seleção brasileira, vencida pela equipe de Tite por 1 a 0. Poupou sete dos principais jogadores, que quatro dias antes haviam enfrentado a Espanha (empate em 1 a 1) em uma intensa partida, considerada uma prévia do nível que esses dois países vão praticar na Copa.

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Contra o Brasil, Löw escalou dois jogadores que deverão entrar durante os jogos no mundial. O meia Goretzka, 23 anos, atuou na equipe olímpica que ficou com a medalha de prata na Rio 2016 e foi um dos protagonistas da Copa das Confederações no ano seguinte. Destaque na Bundesliga (o campeonato nacional alemão), trocou o Schalke 04 pelo Bayern de Munique a partir da próxima temporada. Outro talento gerado pelo Schalke é Sané, de 22 anos. Em 2016, o inglês Manchester City investiu cinquenta milhões de euros e o retorno é satisfatório: as estatísticas mostram que o atacante não passa dois jogos sem fazer um gol ou dar um passe decisivo.

A ambição germânica mira o quinto título mundial em 2018, para empatar com o Brasil, e a busca da hegemonia nos próximos anos. Em 2020, deve ser inaugurado um centro de treinamentos, na cidade de Frankfurt, que já foi apelidado de “Vale do Silício do futebol“. A analogia faz sentido porque a intenção é usar a tecnologia para revolucionar a análise de desempenho dos atletas e os métodos de preparação — sempre a partir dos jovens. Alguém segure os alemães.

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