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GRUPO D – Argentina: mais uma geração em xeque

Lionel Messi é novamente a esperança de acabar com mais de três décadas de espera por um novo título mundial

Desde que o zagueiro e capitão Ruggeri ergueu a Copa América de 1993, a Argentina não comemora um título com sua seleção principal. Nesses 25 anos, os melhores feitos foram as duas medalhas de ouro olímpicas (2004 e 2008) — disputadas por jogadores abaixo de 23 anos, reforçados por apenas três acima dessa idade. Esses triunfos, um deles liderado por Lionel Messi, não amenizaram a sensação das “gerações perdidas” após a era Diego Maradona.

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Maradona, craque e capitão na segunda Copa conquistada, em 1986 (a primeira foi em 1978) saiu de cena melancolicamente no mundial de 1994, suspenso por doping durante o torneio. Das tribunas, viu sua seleção cair ainda nas oitavas de final. Ali se encerrava um ciclo de quatro Mundiais disputados. Messi vai para sua quarta participação na Copa do Mundo da Rússia, talvez sua última chance de devolver o troféu ao seu povo — em 2014 chegou perto, com o vice após apertada derrota para a Alemanha, por 1 a 0.

Os germânicos, aliás, são responsáveis pela maioria das frustrações nesse período de jejum. São três derrotas seguidas: além da final de quatro anos atrás, eliminaram os argentinos nas quartas de 2010 (por implacáveis 4 a 0) e 2006 (nos pênaltis). Dessa vez, só poderão se encontrar a partir da semifinal.

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A equipe que desembarca na Rússia tem atletas da campanha anterior: além de Messi, o zagueiro Rojo (ambos do Manchester United, da Inglaterra), os volantes Biglia (Milan, da Itália) e Mascherano (Hebei Fortune, da China) e os atacantes Di María (Paris Saint-Germain, da França), Higuaín (Juventus, da Itália) e Agüero (Manchester City, da Inglaterra). Sintoma de fim de uma geração, como foi em 2002. Naquela ocasião, treze jogadores da Copa anterior, mais o veterano Caniggia, vinham de bela campanha nas Eliminatórias. Era a última chance de Zanetti, Simeone, Ortega, Batistuta e Claudio López. Falharam: queda ainda na primeira fase.

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É esse peso que a “alviceleste” atual carrega, somado à caminhada vacilante nos últimos quatro anos. Foram dois vice-campeonatos da Copa América (2015 e 2016), perdendo duas vezes para o Chile na decisão, e uma campanha sofrida nas Eliminatórias, com confirmação da vaga no Mundial apenas na última rodada. O período ficou marcado pelas trocas do comando técnico.

Quando Alejandro Sabella deixou o cargo de treinador, após a Copa de 2014, Tata Martino assumiu com o status de ter passado pelo Barcelona, da Espanha — consequentemente, ter treinado Messi e supostamente saber tirar o melhor dele. As duas derrotas para os chilenos abreviaram sua passagem. Foi substituído por Edgardo Bauza (campeão da Libertadores de 2014 pelo argentino San Lorenzo), que deixou o São Paulo pelo sonho de treinar seu país, que durou pouco.

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A salvação para conseguir a classificação para a Copa foi realizar um sonho antigo: Jorge Sampaoli. Aclamado pelo bom futebol que implantou na Universidad de Chile, no início da década, o treinador formatou a boa fase da seleção chilena e alcançou o futebol europeu, chegando ao Sevilla em 2016. Deixou a Espanha para atender ao chamado argentino e contou com a inspiração de Messi, autor de todos os gols na vitória por 3 a 1 sobre o Equador, para garantir o país no Mundial.

Durante o sufoco, Sampaoli não conseguiu implantar sua filosofia de jogo. Somente nos amistosos seguintes, quando testou o esquema tático com três zagueiros (3-5-2), que resultou em uma vitória discreta sobre a Rússia (1 a 0) e derrota significativa para a Nigéria (4 a 2). Voltou à tradicional linha de quatro zagueiros, mas os problemas continuaram. A goleada por 6 a 1 para a Espanha, em amistoso disputado em março, reacendeu o receio de uma má campanha. “Humilhante”, decretou a passional imprensa argentina.

As derrotas para nigerianos e espanhóis têm em comum a ausência de Messi. “Consolo”, segundo o diário Olé, estampando a preocupação latente pela dependência do astro com sua habitual ironia. Uma forma de diminuí-la será dar espaço ao habilidoso Dybala, colega de Higuaín na Juventus. Mas Sampaoli, sempre reticente sobre o habilidoso jogador, precisará se convencer de que ele poderá atuar ao lado de Messi. Uma das muitas interrogações da irregular Argentina.

A primeira fase, entretanto, não parece ser das mais difíceis. No Grupo D, enfrenta Croácia, Islândia e Nigéria.

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