Graças a ‘vaquinha’ pela internet, Caterham retorna ao grid
Depois de arrecadar mais de 7 milhões de reais em contribuições de fãs, equipe britânica voltará a competir no GP de Abu Dhabi, que fecha temporada de 2014
Depois de ficar de fora dos GPs dos Estados Unidos e do Brasil, a equipe britânica Caterham volta ao Mundial de Fórmula 1 na última corrida da temporada, em Abu Dhabi, em 23 de novembro. A equipe enfrenta sérios problemas financeiros – motivo da ausência nas corridas anteriores -, assim como a Marussia. Mas enquanto a outra “nanica” da Fórmula 1 quebrou de vez, a Caterham foi criativa: recorreu à internet para arrecadar dinheiro pelo sistema de crowdfunding, com a meta de juntar 2,3 milhões de libras (cerca de 9 milhões de reais) e, assim, poder arcar com as despesas de sua participação na prova no circuito de Yas Marina. A equipe já arrecadou 1,8 milhão de libras (7,3 milhões de reais) e confirmou que disputará a corrida. Mesmo assim, ainda existem questões pendentes. Uma delas é decidir quais pilotos vão correr pela equipe. No início da temporada, os pilotos da Caterham foram Kamui Kobayashi e Marcus Ericcson, mas o sueco já acertou o contrato com a Sauber e não vai mais correr pela equipe britânica.
Depois da prova de Austin, nos EUA, as equipes Caterham, Marussia e Sauber enviaram uma carta à FIA expondo seus gastos durante a temporada e tentando argumentar a favor da implementação de um teto orçamentário, sistema em que todas as equipes têm o mesmo limite de gastos. A ideia, porém, é fortemente criticada pelas equipes grandes, como Red Bull, Ferrari e McLaren. Só com os custos de manutenção e construção dos carros, uma equipe de porte médio gasta mais ou menos 40 milhões de dólares (quase 105 milhões de reais). No total, em uma temporada completa, equipes como a Caterham e a Marussia gastam em torno de 120 milhões de dólares (313 milhões de reais), um valor difícil de se cobrir com patrocínios e os repasses feitos pela organização da F1 (referentes a direitos de transmissão de TV, por exemplo). A arrecadação de cada equipe com os direitos comerciais da Fórmula 1 é de 55 milhões de dólares (143 milhões em reais), insuficiente para cobrir a metade dos gastos anuais de cada equipe.