Atacante do Tottenham faz os dois gols da vitória sobre a Tunísia; o último foi nos acréscimos
A Inglaterra, apesar do título mundial de 1966 e de ter a mais poderosa liga nacional de clubes, não está na lista de favoritos da Copa do Mundo da Rússia. O que não a desobrigaria de impor toda a sua tradição sobre a Tunísia. Foi sofrido, deu sono em boa parte do segundo tempo, mas os britânicos de fato perseguiram a vitória por 2 a 1 até o fim — tiveram mais volume (61% de posse de bola) e buscaram mais o gol (dezessete finalizações contra apenas seis dos africanos). O alívio veio aos 46 minutos do segundo tempo com Harry Kane, em quem é depositada toda a esperança de uma campanha decente.
No primeiro tempo, a Inglaterra estava disposta a abrir logo o placar. O jovem goleiro Hassen fez duas defesas difíceis nos quatro minutos iniciais — no esforço, lesionou o ombro esquerdo. Enquanto os goleiros reservas se aqueciam, Hassen trabalhou mais uma vez, em cabeceio de Stones, mas viu Kane aproveitar o rebote. Após o primeiro gol inglês, o guarda-redes deixou a partida, aos prantos. A Tunísia reagiu com o bom volante Sassi, que teve oportunidade aos 26 minutos, após falha do zagueiro Maguire, e foi dele a cobrança de pênalti (que nem precisou do VAR) após Walker acertar o cotovelo em Ben Youssef. Lingard quase desempatou aos 44, mas ficou na trave.
Com a defesa tunisiana satisfeita com o empate, a Inglaterra teve de recorrer à sua histórica tradição de explorar o jogo aéreo. Logo aos 5 minutos do segundo tempo, o cabeceio de Stones exigiu do goleiro substituto, Mustapha; depois, o ritmo da partida diminuiu muito e o clima morno na arena de Volgogrado foi surpreendido pelo gol salvador de Kane, aos 46. Novamente bem colocado ao pé da trave, o vice-artilheiro da liga inglesa (trinta gols pelo Tottenham) garantiu a vitória e colocou sua seleção com os mesmos três pontos da Bélgica, que vencera mais cedo o Panamá por 3 a 0.
A segunda rodada do Grupo G terá Tunísia e Bélgica no sábado, 23 de junho, às 9 horas, e Inglaterra e Panamá no dia 24, no mesmo horário.
Chamado de ‘hurricane’ (furacão), trocadilho sonoro com seu nome, Harry Kane provou na estreia ser mesmo um dos artilheiros em potencial desta Copa. O camisa 9 igualou o belga Lukaku e está um gol atrás do português Cristiano Ronaldo.
Com a pressão das últimas más campanhas (queda na primeira fase de 2014 e nas oitavas de 2010), a nova geração inglesa parece ter sentido a estreia. Venceu, mas ficou devendo futebol.
Tunísia 1 x 2 Inglaterra
Local: Arena Volgogrado. Árbitro: Wilmar Roldan (COL). Público: 41.064. Gols: Kane, aos 11, Sassi, aos 35 do primeiro tempo; Kane, aos 46 do segundo tempo.
Tunísia: Hassen (Mustapha); Bronn, Syam Ben Youssef, Meriah e Maaloul; Sassi, Badri e Skhiri; Khazri (Khalifa), Ben Youssef e Sliti (Ben Amor). Técnico: Nabil Maaloul.
Inglaterra: Pickford; Trippier, Stones, Walker, Maguire e Young; Henderson, Dele Alli (Loftus-Cheek) e Lingard (Dier); Sterling (Rashfor) e Harry Kane.