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França x Croácia: as influências do histórico jogo de 1998 nesta final

Deschamps, Giroud, Suker e Modric são alguns dos personagens que conectam os finalistas da Copa da Rússia à semifinal de vinte anos atrás

MOSCOU – Oito de julho de 1998: com dois gols do lateral Lilian Thuram, a anfitriã França venceu, de virada, por 2 a 1, e acabou com o sonho da estreante Croácia, na semifinal daquele Mundial. Vinte anos depois, os times se reencontrarão na grande decisão da Copa do Mundo da Rússia, no próximo domingo, às 12 horas (de Brasília), no estádio Lujniki, em Moscou. E as coincidências e relações entre as duas partidas vão muito além do nome das seleções, a começar por uma importante figura: Didier Deschamps.

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O hoje treinador da França era o camisa 7 da França em 1998. Passou para a história como o capitão da inédita conquista – ergueu a taça diante do Brasil, dias depois da expulsão do antigo capitão Laurent Blanc na semifinal, justamente contra a Croácia. Uma campanha no país que faz sucesso nas redes sociais pede que Deschamps utilize, por baixo do terno, a camisa que vestiu na decisão há vinte anos. Ele, no entanto, evita comparar os dois momentos.

“Temos de viver o presente e não mencionar nossas histórias. Alguns não eram nascidos, mas conhecem a história, viram as fotos. Isso pertence a muitos franceses, mas não aos jovens. Não posso contar sobre histórias de vinte ou dez anos atrás, estou aqui para escrever uma nova página, a mais bonita delas. Claro que tenho orgulho do que fizemos, ninguém poderá apagar, mas devemos olhar para frente”, afirmou Deschamps depois da vitória sobre a Bélgica na semifinal.

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Na Croácia, o ídolo virou chefe

Em 1998, na França, o croata Davor Suker marco seis vezes, sendo uma de pênalti.
Suker marcou seis gols em 1998 veja.com/Getty Images

Do lado croata, apesar da derrota na semifinal, as lembranças de 1998 são sempre bem-vindas. O país antes anexado ao território da Iugoslávia se tornou independente em 1995, após uma batalha sangrenta que durou cinco anos, e o futebol se tornou um catalisador do orgulho da nova nação. Os gols de Davor Suker, ostentando a camisa quadriculada em vermelho e branco, apresentaram a Croácia ao mundo, logo em seu primeiro Mundial.

Foi Suker, artilheiro da Copa na França, quem marcou o gol croata na derrota para a França na semifinal. Aos 50 anos, o ex-jogador de Real Madrid e Arsenal é o atual presidente da federação croata. Na Rússia, Suker se disse plenamente satisfeito em ter visto sua geração “superada” pela de Luka Modric, Ivan Rakitic, Mario Mandzukic e companhia. “Nós pensávamos que a campanha de 1998 não voltaria a acontecer, mas aconteceu. Parabenizo, sinceramente, os jogadores e a comissão técnica. É incrível, a Croácia está na final da Copa”, comemorou Suker.

“Aquele time foi uma grande propaganda, finalmente o mundo soube quem era a Croácia. Cresci sonhando em alcançar aquele nível um dia”, afirmou Modric, ainda na primeira fase. O atual ídolo nacional tinha 12 anos em 1998. “Os jogadores daquela geração eram nossos ídolos. Eles nos mostraram o caminho que devemos percorrer”, completou Ivan Rakitic, do Barcelona, sobre a equipe de Suker, Prosinecky, Boban e outros craques que marcaram época. Suker convidou todos os seus colegas de duas décadas atrás para assistir a final em Moscou.

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Mbappé, o novo Henry

Em 1998, a França foi campeã com duas promessas no banco de reservas: David Trezeguet e Thierry Henry, ambos com 20 anos. Atualmente, o time conta com um talento ainda mais precoce (nem sequer era nascido no primeiro título) já titular e estrela do time: Kylian Mbappé, de 19 anos, constantemente comparado a Henry por seu estilo de jogo – velocidade aliada a técnica e faro de gol. Maior artilheiro da história da seleção francesa (51 gols), “Titi” Henry marcou três vezes na campanha de 1998, exatamente como Mbappé neste Mundial. A estrela do PSG ainda tem uma final pela frente e é candidato à Bola de Ouro.

Thierry Henry e Kylian Mbappé Matthew Ashton/EMPICS/PA Images – Richard Heathcote/Getty Images

Giroud, sem gols como Guivarc’h

Outra coincidência, na verdade uma forma positiva encontrada pelos franceses de lidar com um problema, é o jejum de seu principal centroavante, Olivier Giroud. O atacante do Chelsea ainda não balançou as redes na Rússia, mas vem cumprindo um papel tático importante, abrindo espaços para Kylian Mbappé e Antoine Griezmann. Função semelhante cumpriu Stéphane Guivarc’h, que foi o camisa 9 em 1998 e terminou a Copa sem nenhum gol – mas com a medalha no peito. “Se vencermos e eu não marcar, serei campeão do mundo. Isso seria um orgulho maior”, afirmou Giroud.

Olivier Giroud e Guivarch Matteo Ciambelli/NurPhoto – Stu Forster/Allsport/Getty Images
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