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França desacelera e apenas empata, mas elimina Equador

Com sete trocas na equipe titular, a líder do Grupo E jogou em ritmo de treino no Maracanã. Foi o bastante para causar primeira queda de um time sul-americano

Enquanto os franceses tinham a bola por mais tempo mas não conseguiam criar oportunidades claras de gol, os equatorianos pareciam ignorar os gritos de seu torcedor, que puxava o coro de ‘si, se puede’

Ela quase não veio ao Brasil, mas agora surge como candidata respeitável a ir longe na Copa do Mundo. Classificada para a competição apenas na repescagem das Eliminatórias da Europa, a França avançou à segunda fase como líder de seu grupo, com duas vitórias e um empate. A equipe fechou a primeira parte do Mundial nesta quarta-feira, no Maracanã, com um 0 a 0 em ritmo de treino com o Equador – que acabou sendo ultrapassado pela Suíça na rodada derradeira. Mesmo com um time totalmente desfigurado no Rio de Janeiro, os franceses foram os donos do jogo e tiveram a maioria das chances claras de gol. O matador Karim Benzema, um dos poucos titulares mantidos na escalação, tentou subir na artilharia mas passou em branco. O Equador deixa a competição numa condição nada honrosa: é o único dos seis representantes da América do Sul que não passa da fase inicial do torneio. A França agora encara a Nigéria, segunda colocada do Grupo F, nas oitavas de final, em partida marcada para segunda-feira, em Brasília. A outra equipe classificada na chave, a Suíça, que derrotou Honduras no outro jogo decisivo do grupo, vai pegar a Argentina, na terça, em São Paulo.

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Poupados – A França chegou para seu último jogo na primeira fase esbanjando confiança: mesmo não estando matematicamente classificada, a equipe treinada por Didier Deschamps entrou em campo com sete alterações em relação à formação que construiu a goleada de 5 a 2 sobre a Suíça, em Salvador. Só quatro dos onze titulares foram mantidos: o goleiro Lloris, o defensor Sakho, o meia Matuidi e o atacante Benzema, candidato a artilheiro do Mundial (marcou três vezes nas duas primeiras partidas). O Equador, que precisava ao menos igualar o resultado da Suíça contra Honduras para avançar, contava com boa presença de torcedores no Maracanã e apostava nos gols de Enner Valencia, que também já tinha marcado três vezes na Copa. Mesmo com tantos titulares poupados e mesmo em situação muito confortável, foi a França que dominou a primeira etapa, com maior posse de bola, domínio das ações ofensivas e uma boa dinâmica de jogo. A presença dos suplentes, porém, prejudicou o entrosamento da equipe europeia e impediu que ela repetisse o mesmo futebol veloz, agressivo e vistoso dos primeiros dois jogos.

Enquanto os franceses tinham a bola por mais tempo mas não conseguiam criar oportunidades claras de gol, os equatorianos pareciam ignorar os gritos de seu torcedor, que puxava o coro de si, se puede. Era possível, claro, mas cada vez menos provável: dois gols da Suíça contra Honduras logo na etapa inicial deixaram os sul-americanos em situação delicada, ainda mais com a postura insegura e hesitante da equipe. O Equador precisava vencer, mas quase não agredia, limitando-se a investidas esporádicas que buscavam o goleador Enner Valencia no comando do ataque. As melhores chances da primeira metade da partida só vieram nos minutos finais. Aos 37, Pogba saltou mais que todo mundo para usar a cabeça no escanteio batido por Griezmann. O goleiro Dominguez espalmou pelo alto. Aos 40, também de cabeça, Enner Valencia exigiu a primeira defesa de Lloris ao testar para o chão. O bom goleiro francês pegou meio no susto. Três minutos depois, Benzema protagonizou seu primeiro lance de perigo, chutando firme, de curva, depois de um belo corte em seu marcador. O goleiro equatoriano Dominguez – que acabou sendo eleito o melhor jogador da partida – desviou para fora.

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Capitão expulso – A líder do Grupo E voltou para o segundo tempo no mesmo ritmo – e quase abriu o marcador logo aos 2 minutos, com Griezmann, que bateu de forma sutil, cercado de zagueiros, após cruzamento à meia altura do lateral Sagna, para defesa de Dominguez. A situação equatoriana se complicou de vez quando o capitão da equipe, o rodado Antonio Valencia, cometeu falta desleal em �Digne. A solada violenta, deixando as marcas das travas da chuteira na coxa do francês, rendeu o cartão vermelho ao atleta do Manchester United. Mesmo com um a menos, o Equador teve a chance de sair na frente: aos 9, Noboa recebeu livre para finalizar na entrada da área mas bateu pelo lado. Os franceses logo começaram a aproveitar a vantagem numérica no campo e reforçaram ainda mais seu controle da partida. Só faltava o gol, e aos 23 minutos, Deschamps substituiu o volante Matuidi pelo atacante Giroud. Tentando se despedir de cabeça erguida, o Equador ainda se lançou ao ataque para tentar os três pontos, mas quase viu Benzema marcar num contragolpe aos 38. Os gritos de si, se puede voltaram, mas tratava-se mais de uma última farra da torcida no Brasil do que um reflexo das chances do Equador no jogo. Encerrado o duelo, a Marselhesa ecoou forte na voz da torcida francesa no Maracanã, avisando que a campeã mundial de 1998 está no páreo.

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