Presidente Gianni Infantino se mostrou preocupado com sucessivos casos relatados sobre o tema. Evento acontece em Luque, no Paraguai, nas instalações da Conmebol
O racismo no futebol foi um dos principais temas abordados no 75º Congresso da Fifa, que acontece nesta quinta-feira, 15, em Luque, no Paraguai. O presidente da entidade Gianni Infantino se mostrou preocupado com os sucessivos casos relatos e revelou trabalhar com governos federais para que esses atos sejam punidos na esfera cível.
A reunião com as 211 confederações afiliadas acontece curiosamente nas sedes da Conmebol, acusada nos últimos tempos de ser leviana com episódios racistas, sobretudo, envolvendo times brasileiros. No caso de maior repercussão, na Libertadores Sub-20, o jogador Luighi, do Palmeiras, foi alvo de gestos e ofensas racistas, em partida contra o Cerro Porteño.
“O racismo não é somente um problema do futebol. Isso é um problema da sociedade como um todo. O racismo é simplesmente um grito e, por isso, estamos trabalhando com diferentes governos do mundo para que a luta contra o racismo existe em termos penais em diferentes países”, disse Infantino no palco do evento, sem detalhar exatamente quais ações estão sendo tomadas.
“Sempre queremos melhorar o futebol e a Fifa e por esse motivo eu queria mencionar dois temas mais que estão em nossos corações, o que aconteceu com Luighi e novas regras do futebol. Os jogadores precisam ser ouvidos, eles têm que ter o protagonismo do jogo”, disse Infantino já em suas considerações finais.
Ao lado do presidente Edinaldo Rodrigues, a mandatária do Palmeiras, Leila Pereira, integra a delegação brasileira nos eventos que têm a Conmebol justamente como anfitriã. Ainda em março, Leila havia cobrado publicamente o presidente sul-americano Alejandro Dominguez por maior severidade nas punições. Posteriormente, Dominguez ainda fez uma analogia de “Tarzan sem Chita” para a Libertadores sem brasileiros. Um encontro público dos dois ainda não foi visto.
O Brasil está à frente na punição de casos racistas. O Paraguai, sede do evento da Fifa e também do ocorrido na Libertadores Sub-20, também tem a lei, mas os cidadãos locais alegam que é difícil ver algum tipo de punição.
Em entrevista à PLACAR de maio [edição 1523], o ex-jogador Carlos Gamarra, o atacante Romero e torcedores do Cerro Porteño comentaram que são vítimas de xenofobia no Brasil e nada é feito.