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Fifa recebe mais de R$ 1 bilhão como compensação de crimes de cartolas

Departamento de Justiça dos Estados Unidos recuperou 201 milhões de dólares do escândalo Fifagate, que prendeu dirigentes como José Maria Marin, em 2015

A Fifa anunciou nesta terça-feira, 24, que recebeu 201 milhões de dólares (equivalente a 1,05 bilhão de reais pela cotação de reais) do Departamento de Justiça dos Estados Unidos como uma compensação pelas perdas sofridas pela entidade que rege o futebol mundial, e também pela Concacaf e pela Conmebol, no escândalo de corrupção que ficou conhecido como Fifagate. O esquema levou à prisão dezenas de dirigentes, incluindo o então presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, a partir de 2015.

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A entidade informou em nota que “esse dinheiro foi apreendido de contas bancárias de ex-funcionários que estiveram envolvidos, e depois foram processados, por anos de esquemas de corrupção no futebol. Os fundos irão para o recém-formado Fundo Mundial de Remissão do Futebol, estabelecido pela Fundação FIFA para ajudar a financiar projetos relacionados ao futebol com impacto positivo na comunidade em todo o mundo”.

“Estou muito feliz em ver que o dinheiro que foi desviado ilegalmente do futebol está voltando para ser usado para os fins próprios, como deveria ter sido em primeiro lugar”,afirmou o presidente da Fifa, Gianni Infantino, sucessor de Joseph Blatter, que foi obrigado a deixar o cargo após o escândalo. As primeiras prisões aconteceram em 27 de maio de 2015, em Zurique, na Suíça, justamente no dia da votação que reelegeria o cartola suíço.

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José Maria Marin, hoje com 89 anos, passou quase cinco anos preso nos Estados Unidos até ser autorizado a retornar ao Brasil no ano passado, em meio à pandemia do novo coronavírus, por ser do grupo de risco. O ex-governador de São Paulo foi condenado a pagar uma multa de 4,5 milhões de dólares e condenado pela Corte Federal do Brooklyn a quatro anos de prisão por organização criminosa, fraude bancária e lavagem de dinheiro.

Um dos principais delatores do caso que envolvia o recebimento de propinas na venda dos direitos comerciais de competições como a Libertadores e a Copa América foi o empresário brasileiro J.Hawilla, fundador da empresa Traffic, morto em 2018. Os ex-presidentes da CBF Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero também respondem a uma série de denúncias sobre o Fifagate e foram banidos do futebol por isso, mas nunca foram presos pois o Brasil não extradita seus cidadãos.

O Fundo Mundial de Remissão do Futebol será operado pela Fundação Fifa,um órgão independente que visa promover mudanças sociais em todo o mundo por meio do futebol. O Fundo, que se destina a ter um enfoque particular em programas juvenis e comunitários, terá recursos destinados a projetos da Concacaf e da Conmebol. A entidade garante que “todos os projetos serão submetidos a um acompanhamento rigoroso, auditoria e verificações de conformidade para garantir total transparência e responsabilidade”.

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