Fifa planeja usar fundo de emergência para socorrer indústria do futebol
Entidade deve repassar “centenas de milhões” de um caixa de 2,6 bi de dólares para minimizar danos do coronavírus, revela o jornal ‘New York Times’
A Fifa pretende agir para minimizar os efeitos da crise econômica causada pela paralisação do futebol mundial em razão da pandemia de coronavírus. Segundo revela o diário americano New York Times desta terça-feira, 31, e entidade planeja criar um fundo de ajuda emergencial de “centenas de milhões de dólares” para socorrer a indústria do esporte.
A quantia seria separada do caixa da entidade, que, de acordo com o último relatório anual, seria de 2,74 bilhões de dólares (equivalente a quase 14 bilhões de reais). Se aprovado pelos líderes mundiais de futebol, o fundo de emergência representará a maior resposta de um órgão esportivo ao impacto financeiro da Covid-19.
“A Fifa está em uma situação financeira forte e é nosso dever fazer o máximo para ajudá-los em suas horas de necessidade”, afirmou a entidade em carta ao jornal americano. “Portanto, confirmamos que a Fifa está trabalhando em possibilidades de prestar assistência à comunidade do futebol em todo o mundo depois de fazer uma avaliação abrangente do impacto financeiro que essa pandemia terá no futebol”.
O NYT ressalta que mesmo as maiores equipes do planeta não ficaram imunes à paralisação mundial: Barcelona e Juventus, por exemplo, anunciaram reduções salariais em seus elencos de jogadores multimilionários. O presidente da Associação Europeia de Clubes, o italiano Andrea Agnelli, que também é presidente da Juventus, enviou recentemente uma carta à Fifa na qual detalhou a gravidade da crise.
“Somos todos executivos de futebol responsáveis pelo bem-estar e sustentabilidade dos clubes que administramos, que enfrentam uma ameaça existencial real. Como o futebol está parado, nossos fluxos de receita dependem de nossos jogadores, funcionários e outros custos operacionais. Ninguém é imune, e o tempo é essencial. Atender às nossas preocupações será o maior desafio que o nosso jogo e a indústria já enfrentaram”, escreveu Agnelli.
Além de doar centenas de milhões de dólares, a Fifa também se mostrou disposta a emprestar sua futura renda de televisão e patrocínio para arrecadar dinheiro para o seu “fundo de assistência ao futebol”. A aprovação do projeto passará pelo Conselho da Fifa, um grupo de 36 membros formado por oficiais de futebol das seis confederações regionais do esporte.