Fifa encerrará investigação sobre corrupção em uma semana
No domingo, jornal publicou que catarianos teriam subornado membros do Comitê Executivo da Fifa para a escolha do país
Responsável por investigar casos de corrupção dentro da Fifa, o advogado americano Michael Garcia informou nesta segunda-feira que a apuração sobre as denúncias de irregularidade nas escolhas das sedes dos Mundiais de 2018 e 2022 será encerrada em 9 de junho. Seis semanas depois, Garcia vai tornar público seu relatório sobre o tema. No domingo, reportagem do jornal britânico The Sunday Times alegou que catarianos teriam subornado membros do Comitê Executivo da Fifa para a escolha do país na eleição realizada em dezembro de 2010. O advogado tem encontro marcado nesta segunda com autoridades do Catar para tratar do caso.
“Depois de meses de entrevistas com testemunhas e busca por material, nós pretendemos completar esta fase de investigação no dia 9 de junho”, declarou Garcia. “O relatório vai considerar todas as potenciais evidências relacionadas ao processo de escolha das sedes, incluindo evidências coletadas em investigações anteriores”, disse o americano. Garcia revelou seu cronograma nesta segunda após ser questionado por diversos jornalistas neste fim de semana sobre as investigações, na esteira das denúncias feitas pelo jornal britânico The Sunday Times. Ele, contudo, não confirmou se vai incluir em seu relatório os documentos que o periódico diz ter obtido.
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O jornal revelou documentos que comprovariam que cartolas do Catar teriam pago pelo menos 5 milhões de dólares (pouco mais de 11 milhões de reais) para comprar votos para que o país fosse escolhido como sede do Mundial. O principal alvo da denúncia é Mohamed Bin Hammam, um dos agentes do futebol do Catar, que teria atuado em diversas regiões do mundo para comprar apoio.
Em resposta ao jornal, o Comitê do Catar afirmou que Bin Hammam “não tomou parte, oficialmente ou não oficialmente no comitê de candidatura” do país. E afirmou que a entidade sempre foi guiada por altos padrões éticos. “O Comitê do Catar para a Copa de 2022 sempre sustentou altos padrões de ética e integridade em sua bem-sucedida candidatura. Nós veementemente negamos qualquer alegação de irregularidade. Nós tomaremos a decisão que for necessária para defender a integridade da candidatura do Catar e os nossos advogados já estão estudando o caso”, registrou o Comitê, em nota, ameaçando processar o jornal inglês.
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Um dos vice-presidentes da Fifa, Jim Boyce admitiu no domingo a possibilidade de apoiar uma nova eleição para a escolha da sede da Copa do Mundo de 2022 caso sejam provadas as denúncias de corrupção divulgadas pelo jornal inglês. “Eu não teria qualquer problema se a recomendação fosse para uma nova eleição. Se Garcia constatar alguma irregularidade, teremos que analisar o caso com muita seriedade”, disse Boyce, à rádio BBC. “O Comitê Executivo da Fifa está 100% com Garcia. Ele tem permissão para ir onde quiser e falar com as pessoas ao redor do mundo para completar sua missão. Todas as evidências serão encaminhadas para ele e nós então vamos esperar por um relatório completo”.