Fifa confirma 7 candidatos à presidência, com Platini em condicional
Antes favorito à sucessão de Joseph Blatter, francês depende do resultado de uma investigação sobre corrupção para poder concorrer
O Comitê Eleitoral da Fifa oficializou nesta quarta-feira as sete candidaturas para o processo eleitoral que vai escolher o novo presidente da entidade em 26 de fevereiro. Dos oito postulantes que até a véspera reafirmavam a intenção de concorrer, só David Nakhid, ex-jogador de Trinidad & Tobago ficou de fora, pois não obteve o apoio mínimo de cinco federações, assim como o brasileiro Zico, que já havia anunciado sua desistência. Mesmo suspenso por 90 dias de qualquer atividade ligada ao futebol, o francês Michel Platini foi confirmado no pleito – mas pode ter sua candidatura retirada caso as recentes denúncias de corrupção sejam confirmadas.
Sem Zico e Nakhid, serão sete os candidatos para suceder a Joseph Blatter: o príncipe jordaniano Ali Bin Al Hussein, o liberiano Musa Hassan Bility, o francês Jérôme Champagne, o suíço Gianni Infantino, o francês Michel Platini, o bareinita Salman bin Ebrahim Al Khalifa e o sul-africano Tokyo Sexwale.
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Platini era apontado como grande favorito na corrida até ser suspenso por causa da investigação sobre o pagamento suspeito de 2 milhões de francos suíços (cerca de 8 milhões de reais), que teriam sido pagos a ele pelo presidente Joseph Blatter – que também foi afastado preventivamente do cargo. Por isso, a candidatura de Platini não será processada pelo Comitê Eleitoral até que a suspensão termine, dias antes da eleição. Se ela não for prorrogada, o Comitê decidirá se aceitará ou não o pleito.
Com Platini no limbo, a corrida está aberta e críticos da Fifa chegaram a alertar que o afastamento do francês foi uma estratégia de Blatter para criar um caos nas eleições e até impedir que ela ocorresse. Um dos nomes de maior influência passou a ser o do xeque Salman Al Khalifa, do Bahrein, presidente da Confederação Asiática de Futebol (AFC) e até semana passada uma aliado incondicional de Platini.
Com a capacidade de reunir dezenas de votos e um amplo cofre para financiar sua campanha, o xeque é um dos nomes mais fortes, mas seu envolvimento na repressão contra dissidentes no Bahrein e a prisão de 150 esportistas e técnicos por participar de protestos por maior democracia o colocaram em uma lista negra entre entidades de direitos humanos.
A situação de Platini ainda obrigou a Uefa a lançar seu secretário-geral, o suíço Gianni Infantino, na corrida. Braço direito do francês por seis anos, foi ele quem tocou o dia a dia da Uefa na maior explosão de renda da entidade. Na segunda, a Uefa o classificou de “administrador de primeira linha” e de “o homem ideal para realizar as reformas na Fifa”.
Outros concorrentes – O príncipe Ali Bin Hussein, da Jordânia, também se apresenta como o dirigente ideal para limpar a imagem da Fifa. Ele já havia concorrido ao cargo nas eleições de maio e recebeu o apoio da Uefa, mas foi derrotado por Blatter.
O sul-africano Tokyo Sexwale, ex-prisioneiro da Ilha de Robin ao lado de Nelson Mandela, se candidatou com a promessa de garantir que a Fifa não seja dominada pelos interesses europeus. Outro africano na disputa é Musa Bility, da Libéria, mas que não tem sequer o apoio de todo seu continente.
Por fim, o ex-diplomata francês Jérôme Champagne também está na corrida. Único a apresentar de fato um plano de governo para reformar a Fifa, ele se beneficia de amplo conhecimento dos bastidores do futebol, pois atuou durante 11 anos como assessor da Fifa. Seus críticos, porém, o acusam de ser um “homem de Blatter”.
O ex-jogador de Trinidad & Tobago, David Nakhid, que não conseguiu confirmar sua candidatura, era visto como um “laranja” de Jack Warner, ex-cartola do país caribenho e acusado de corrupção. Nakhid não se registrou – é necessário o apoio formal de cinco confederações nacionais.
(com Estadão Conteúdo)