Fifa bane dirigente sul-africano investigado por manipulação de resultados
Lindile Kika era membro da Confederação Africana de Futebol e suspeito de participar de fraude em 2010. Ele é o sexto dirigente punido em duas semanas
O Comitê de Ética da Fifa baniu nesta quarta-feira o sul-africano Lindile Kika, membro da Confederação Africana de Futebol e ex-presidente da federação de seu país, de todas as atividades ligadas ao futebol por um período de seis anos. Kika é investigado por suspeita de manipulação de resultados em amistosos internacionais disputados em 2010. Por meio de um porta-voz, o dirigente alegou inocência.
O juiz da Fifa Hans-Joachim Eckert considerou que Kika violou cinco itens do códigos de ética da entidade: regras gerais de conduta, comissão, conflito de interesse bem como lealdade, dever de informação, cooperação e comunicação. O Comitê de Ética da Fifa, porém, não especificou que delitos o dirigente sul-africano cometeu. A alta cúpula da Confederação Africana de Futebol protestou ao considerar que o Comitê de Ética ultrapassou suas competências ao propor o banimento.
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Kika estava entre os dirigentes da federação sul-africana que pediram licença de seus cargos, em 2012, depois de a Fifa ter divulgado um relatório sobre a investigação de manipulação de resultados no futebol. Antes disso, a Fifa informou que havia “evidências convincentes” de que ao menos um amistoso de preparação da África do Sul para a Copa, em maio de 2010, teve seu resultado manipulado.
Nenhum jogador, entretanto, foi suspeito de ter participado da possível fraude. A manipulação em questão aponta para a possível ação criminosa de árbitros que teriam agido para beneficiar um sindicato de apostas baseado em Cingapura. Nem a Fifa, nem a federação sul-africana revelaram publicamente o jogo ou jogos que estão sob suspeita, mas em maio de 2010 a África do Sul goleou a Guatemala por 5 a 0 e derrotou a Colômbia por 2 a 1, semanas antes da Copa do Mundo, em partidas que chamaram a atenção pelo alto número de pênaltis assinalados pela arbitragem. Kikka havia retornado do período de licença em 2013.
Essa é a sexta suspensão de um dirigente do futebol mundial anunciada pela Fifa em duas semanas. Na última segunda-feira, o presidente da Associação de Futebol da Tailândia, Worawi Makudi, foi suspenso por 90 dias pela entidade, sob suspeita de ter cometido irregularidades. Antes, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e Michel Platini, que comanda a Uefa, também foram suspensos provisoriamente por 90 dias, sob suspeita de terem participado de negócios escusos. Assim como Kika, o sul-coreano Chung Mong-joon, ex-vice -presidente e pré-candidato a suceder Blatter, foi banido por seis anos, o que impossibilitou sua candidatura para 2016.
(com Estadão Conteúdo)